Pastéis de massa tenra no forno (9,30€, 6 unidades) de Miguel Castro e Silva. Creme de castanhas com cogumelos (14,30€, 4 doses) de Bertílio Gomes. Ramen de pato confitado (22,60€, 1 dose) de Paulo Morais. Caril de lulas e camarão com arroz de cardomomo (22,501 dose) de Vítor Sobral. Beet Wellington (14,50€, 1 unidade) da Asoka, por Luccas Paixão. Lingote de chocolate e coco (15,10€, 3 unidades) de Vítor Adão. Esta pode ser a configuração de um almoço ou jantar, de festa, para impressionar ou simplesmente desfrutar. É a lógica da Chefs à Mesa, uma loja que é uma montra de alguns chefs portugueses, mas não só. Há mercearias, há pão, há vinho, há azeite e até livros.

Chefs à Mesa
créditos: divulgação

A ideia (e a loja) é da responsabilidade de uma dupla de sócios, Rui Carmo e Carlos Fontão de Carvalho, dois apreciadores de restaurantes que começaram a cozinhar este conceito por conta da pandemia. “Na altura achámos que ‘agora que não podemos ir aos restaurantes, podíamos encontrar uma maneira de os restaurantes irem a casa das pessoas’. Tentámos criar um conceito que fosse acessível a todas”, sendo que “obviamente temos coisas mais baratas, outras mais caras, mas são coisas perfeitamente acessíveis”, explica-nos Rui Carmo, numa visita à loja.

“Vamos ter o pão do Bertílio Gomes e o pão do Vítor Sobral”, entre outros, totalizando aproximadamente cinco variedades. “Temos também umas mercearias variadas para que as pessoas não venham apenas comprar comida e possam levar coisas diferentes”, como os escabeches do restaurante Tombalobos, de José Júlio Vintém, conservas de peixe de rio, um projeto do Fundão, ou outros projetos mais pequenos. “Andamos sempre à procura e depois são dicas que nos vão dando”.

Chefs à Mesa
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“Claro que ir ao restaurante deles é sempre mais agradável, mas é ter a experiência de comer na nossa casa o Arroz de salmonete do Vítor Adão”, por exemplo.

E porquê estes chefs? “Já existia um certo grau de amizade com todos eles, o que facilitou. E depois foi uma questão de os abordarmos e todos acharam a ideia ótima”, acrescenta Rui Carmo.

Chefs à Mesa
Rui Carmo fundou o conceito em conjunto com Carlos Fontão de Carvalho. créditos: divulgação

Do lado dos chefs, Vítor Adão é o mais jovem representante desta montra, uma dica, aliás, do homónimo Vítor Sobral. “O convite foi muito bem-vindo, fiquei logo com a sensação que era um projeto sólido, bem pensado e estruturado. Porque não basta a ideia, há muito trabalho que é preciso fazer - e bem feito - para pôr algo assim a andar”, afirma o chef.

Da teoria à prática, o conceito abriu portas no início do ano, na zona de Entre Campos, em Lisboa, nas traseiras onde um dia esteve a Feira Popular. “Também é um bocadinho um desafio porque nem todos os pratos se podem congelar. Houve um trabalho de casa por parte deles. Alguns já estavam familiarizados com este processo, nomeadamente o Miguel Castro e Silva, que é um estudioso da matéria há uns anos, e talvez fosse aquele que estava mais à vontade nesta área”, afirma Rui Carmo. Por seu turno, Miguel Castro e Silva explica que já tinha produtos desenvolvidos, o que acabou por ser aquilo que definimos como “ouro sobre azul”.

O chef não se coíbe em afirmar que “todas as propostas são de qualidade, com posicionamentos diferentes, mais gourmet, menos gourmet. Mas depois, cada um espelha aquilo que é, e as pessoas podem ter a oportunidade de fazer refeições ou mais confortáveis ou mais sofisticadas”.

Para Vítor Adão, “nestes anos todos de cozinha já tinha ideia do que funcionaria melhor e pior neste formato, mas ainda assim fiz vários testes para garantir que todas as receitas se mantinham no seu melhor”, assumindo que este tipo de negócio seria a evolução natural, uma vez que as pessoas têm cada vez menos tempo para cozinhar. De acordo com estudos publicados em 2021, os portugueses parecem ter regressado à cozinha, uma consequência da pandemia. Mas um estudo anterior, de 2014, referia que das 42 potenciais refeições semanais, apenas 19 eram feitas em casa.

De todas as opções “talvez o desafio maior tenha sido para o chef Paulo Morais, dada a natureza da sua cozinha”, mas nas palavras de Rui Carmo “ele realmente é fantástico, é uma pessoa muito acessível e realmente tem essa capacidade de ‘Rui fica descansado que nós vamos arranjar aqui umas coisas que vais gostar’. E assim foi”, relembra o fundador da Chefs à Mesa.

Identidades divididas em frigoríficos

Assim que entra na loja tem à disposição vários espaços onde se destacam os frigoríficos com os nomes dos chefs. Diversidade não falta, é literalmente à escolha do freguês. Além das refeições pré-preparadas, ao lado de cada frigorífico fica uma zona de mercearia sugerida pelos próprios, com projetos que querem destacar.

E o que esperar de cada um? “Aqui sou comida de conforto. E em vez de ter pratos completos, o que tenho feito é proteínas e guarnições separadas e assim cada um pode jogar com isso”, explica Miguel Castro e Silva, cuja identidade é partilhada com Vítor Sobral. “É uma comida de conforto, que pode ser congelada e que as pessoas podem regenerar em casa, basicamente. Todos os pratos, diria, são relativamente simples, mas aqueles que têm menos disponibilidade para cozinhar, podem ir buscar. E depois sentem que estão a comer alguma coisa que sabe a uma cozinha muito idêntica daquela que se faz em casa”, afirma o chef.

Chefs à Mesa
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As opções de Vítor Sobral são também aquelas que têm embalagens mais diferentes. Por exemplo, se levar um Arroz de pato à antiga com cogumelos e alecrim (19€, 2 doses), pode usar a própria embalagem no forno. “Hoje em dia há embalagens que permitem isso e dantes não havia. Foi uma evolução relevante. E acho que lojas como a Chefs à Mesa devem ter tendência para aparecer mais”, concluiu Vítor Sobral.

De acordo com Rui Carmo, há clientes que já procuram chefs em particular, denunciando preferências. E há muito por onde escolher. Tanto pode ir por comida mais tradicional como oriental ou plant base. Dos croquetes fritos em óleo (de carne, de Vítor Sobral, 16,30€, 6 unidades ou de vaca Barrosã, de Vítor Adão, 18,80€, 5 unidades) aos croquetes feitos no forno (de Miguel Castro e Silva, 8,80€, 6 unidades), ou vegetarianos (de cogumelos e de tremoço, da Asoka, 5,90€, 5 unidades). Em alguns casos é até a oportunidade de ter na sua mesa, os pratos que os próprios chefs têm nos seus restaurantes.

“Acaba por ser um pouco como se me levassem para a cozinha aí de casa. Encontram alguns dos pratos que preparo no Plano, como os rissóis de carabineiro (15,80€, 3 unidades) ou a corvina com molho de anis e batata Kennebec (18,80€, 1 dose), e no Planto, como o hambúrguer de Barrosã DOP (11,30€, 1 dose), mas também algumas das minhas receitas preferidas para fazer em casa, como o cabrito assado (33,90€, 2 doses) ou o arroz de salmonete (33,90€, 2 doses)”, explica Vítor Adão.

Se a Chefs à Mesa foi pensada para nos facilitar a vida, espere encontrar outras coisas além das refeições pré-cozinhadas. Até bases para receitas tem aqui disponíveis. “São duas bases para fazer arroz ou massa. Uma delas é uma base com tomate, cebola e pimentos. As pessoas viram para dentro de um tacho, juntam um arroz ou uma massa, dois copos de água e em 10 minutos, sem grande trabalho, fazem uma massa fresca ou um arroz de tomate e pimentos malandrinho. E depois podem guarnecer com o que preferirem”, descreve Miguel Castro e Silva, que completa: “Eu não faço fritos em casa por isso tem de ser uma coisa que vá ao encontro das pessoas. É chegar a casa, ligar o forno, meter os bolinhos (de bacalhau) lá dentro, fazer o arroz em 10 minutos e em 15 minutos tem uma refeição acabada de fazer. É simplificar a vida às pessoas”, resume.

Sentamo-nos à mesa com chefs ou como um negócio de comida ultracongelada pode ajudar-nos a fazer um brilharete nas nossas casas
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Se quiser fazer um brilharete também com bebidas, na loja encontra cocktails da responsabilidade do bar Red Frog, em que apenas tem de se preocupar em juntar gelo. A mistura já está feita e pronta a levar.

Chefs à Mesa

Horários:
Aberta de segunda-feira a sexta-feira das 10h às 20h e aos sábados das 10h às 14h.

Contactos para encomendas:
Telefone - 217 960 001 / 962 337 460
Email - geral@chefsamesa.com

Morada:
Rua Sanches Coelho, 4C - 1649-009 Lisboa

A loja também faz entregas três vezes por semana (terças, quintas-feiras e sábados, com uma encomenda mínimo no prazo de 24 horas), em Lisboa e nos concelhos de Oeiras e Cascais, a partir de um valor mínimo para entrega de acordo com cada uma das cinco zonas definidas dentro destas áreas geográficas, com valores de entrega entre os 5€ e os 20€. Toda a gama está disponível para consulta no site e as embalagens têm instruções. Encomendas e entregas, de toda a oferta Chefs à Mesa, estão também disponíveis através da Volup, plataforma de entrega de experiências gastronómicas.