Nas águas atlânticas ao largo da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, vamos encontrar uma importante rota dos cardumes de tunídeos, onde se inclui o atum, espécie responsável naquele arquipélago atlântico, por perto de 60% da cota total de pesca naquele território.

Partindo destes dois elementos, presença deste grande peixe de cardume e importância do mesmo para a economia local, de 4 a 9 de junho regressa, na sua segunda edição e a Porto Santo, o “Festival Rota do Atum”. Uma iniciativa com um palco, o Vila Baleira Resort e diferentes vertentes, direcionadas para públicos diversos.

Do programa desta edição do “Festival Rota do Atum”, que integra mais de 30 iniciativas durante seis dias, contam-se concursos gastronómicos, visitas aos atuneiros, noites com música temática, jantares vínicos, showcookings, exposições de fotografia, dança, assim como workshops e o envolvimento dos restaurantes da região.

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Chefe José Cordeiro lidera a desmancha do atum.

A 3 de junho, antecipando o Festival, um “pré-opening”, levará à Madeira chefes de cozinha que darão mostra das potencialidades gastronómicas do atum. Não é só o “fiel amigo” bacalhau que vai à mesa de mil e uma formas, os tunídeos também neste campo mostram o seu potencial. O jantar estará a cargo do chefe de cozinha italiano Carmine Basile.

A 4 de junho, dá-se o arranque oficial do evento com diversas atividades logo pela manhã.

À noite o destaque vai para a gastronomia da Madeira e Porto Santo, retratada pelo chefe de cozinha Manuel Santos, responsável pela cozinha do Hotel Vila Baleira.

Entretanto, a 5 de junho o chefe de cozinha filipino Don Angelo Colmenares apresentará um jantar temático, dedicado ao seu país de origem.

No dia 6 o destaque vai para as sessões temáticas "As Estatísticas do Atum no Mundo" e "Rota do Atum pescado na ZEE da RAM". Neste dia, ao jantar, o chefe de cozinha António Vieira, do restaurante Wish, homenageia a gastronomia portuguesa.

A 7, sexta-feira, os interessados poderão conhecer in loco a tradicional pesca do atum, com possibilidade de se realizarem passeios e/ou visitas a atuneiros (descrição, iscos e arte da pesca). Terá também lugar um dos momentos altos deste festival, com a confeção do jantar a ser feita a quatro mãos.

O embaixador deste festival, o chefe de cozinha José Cordeiro, e o chefe de cozinha Bern Horst, finalista do “Masterchef Austrália 2018”, casam as suas duas abordagens gastronómicas.

No sábado, dia 8, festeja-se o Japão, com as estrelas da cozinha nipónica, os chefes Shinya Koike e Koichi Mori a protagonizarem a noite. Também neste dia, mas ao fim da tarde, terá lugar um showcooking com Marta Barata, da ANP/WWF, e a Tia Cátia, participante do “Masterchef Portugal” e protagonista de um programa televisivo com o seu nome.

No domingo, último dia do «Festival Rota do Atum», a alvorada faz-se com a realização da “I edição do Torneio de Golfe Rota do Atum”. Para além desta iniciativa, este dia, à semelhança dos anteriores, estará recheado de atividades, que vão desde provas vínicas até exposições ou tertúlias. O festival termina com um jantar que irá reunir os 10 chefes convidados: Cordeiro, António Vieira, Carmine Basile, Yves Gautier, Don Angelo Colmenares, Ben Borsht, José Goye, Shinya Koike, Koichi Mori e Manuel Santos.

atum

Um dos momentos mais aguardados e que mais está a envolver a restauração local é a competição «O Atum é a Estrela». Um concurso que está aberto a profissionais de cozinha com restaurantes em Porto Santo e que busca as propostas mais criativas. Este ano, como novidade, além da categoria “Profissionais” haverá também a categoria “Restaurantes”.

“Temos um programa tão eclético que contamos exceder em muito o número de visitantes da primeira edição”, afiança Bruno Martins.

O festival tem ainda uma vertente de responsabilidade social, apoiando a organização AIDGLOBAL, não-governamental que tem como missão educar e sensibilizar para uma cidadania ativa e uma mudança global sustentável.

De acordo com Bruno Martins, “há algumas espécies de atum que se encontram em vias de extinção, pelo que a organização do festival irá promover práticas de conciliação da sua promoção com o consumo sustentável. Durante todo o festival existirão roll up’s e mensagens de valorização das espécies, como nas mesas de refeições, onde estará informação com dados científicos sobre a importância do consumo sustentável.

Porto Santo prepara-se para ser a capital mundial do atum e até há um chef que vem da Austrália para o confecionar

Das águas da Madeira há a referir, essencialmente, a captura de cinco espécies de atum: gaiado, voador, patudo, albacora e rabilho. O atum pescado por embarcações porto-santenses é descarregado e pesado em Porto Santo, seguindo para a Madeira para o circuito comercial. Parte considerável do atum pescado nos mares da Madeira é para exportação, sendo que o Japão é um dos principais destinos. A faina da pesca ocorre na Região Autónoma da Madeira entre abril e outubro, e é operada por uma frota marcadamente artesanal.

A entrada no festival é livre, sendo que os menus de almoço terão um preço fixo de 20,00 euros e os de jantar 25,00 euros em qualquer um dos 15 restaurantes aderentes: Restaurante Panorama; Restaurante Vila Alencastre; Restaurante João do Cabeço; Restaurante O Calhetas; Restaurante Sea & Blue; Restaurante Casa do velho Dragoeiro; Restaurante O Forno; Restaurante O Moinho - Vila Miséria; Restaurante Pé na Água; Restaurante Mar & Sol; Restaurante Bar Beach Club; Hotéis Pestana; Hotel Porto.