A presente edição dos prémios Mesa Marcada, em formato presencial, trouxe duas novidades: o restaurante Ocean, do Vila Vita Parc, em Porches (Algarve) e Vasco Coelho Santos conquistaram o primeiro lugar nas categorias de “Restaurantes” e “Chefs”, respetivamente, após seis anos de domínio de João Rodrigues e do Feitoria. Esta mudança é ainda mais significativa se se levar em conta que é a primeira vez na história do evento que os dois principais prémios vão para restaurantes ou chefes fora de Lisboa.

Ainda nos “10 Preferidos do Mesa Marcada” é de destacar a entrada no Top 10, para o 7º lugar, do restaurante Ó Balcão de Rodrigo Castelo, em Santarém (sobe cinco posições), e a subida de quatro posições quer do Alma de Henrique Sá Pessoa (é agora 5º) quer do The Yeatman de Ricardo Costa (agora no 6º lugar). Também Marlene Vieira se destaca no Top 10, desta vez de chefs, ao entrar para a 7ª posição, ascendendo seis lugares.

Como tem sido frequente, os resultados dos “10 Preferidos do Mesa Marcada” (cuja lista completa inclui 380 restaurantes e 268 chefs) foram apurados a partir da votação de um júri constituído por jornalistas, blogueres, gastrónomos, chefs e outras profissões ligadas ao meio gastronómico e da restauração, num total, este ano, de 235 votantes.

Do apuramento dos votos que deram origem ao ranking foram revelados ainda os seguintes prémios:

A cozinha vegetariana de cariz autoral de David F. Jesus valeu ao Seiva, em Leça da Palmeira, a subida de 103 lugares (de 117º para 14º), o que o levou à conquista do Prémio Especial Estrella Damm Destaque do Ano. De igual modo, a ascensão à liderança na cozinha do Feitoria e a forma como impôs quase de imediato um menu com um cunho pessoal mereceram a André Cruz a confiança do júri e uma presença próxima dos lugares da frente, numa subida de 194 posições, até ao 19º lugar, salto esse que levou a atribuir-lhe o Prémio Especial Makro Chefe Revelação do Ano.

Irá o chef Tanka Sapkota encontrar em Portugal o tesouro dos bosques? A caça às trufas está a correr o país
Irá o chef Tanka Sapkota encontrar em Portugal o tesouro dos bosques? A caça às trufas está a correr o país créditos: Mesa Marcada

Quanto a espaços abertos em 2022, o restaurante gastronómico Marlene, de Marlene Vieira, foi o que obteve a melhor classificação, também um 19º lugar, conquistando dessa forma o “Prémio Especial Sogrape Restaurante Novo do Ano”.

Igualmente atribuído a partir do sufrágio do painel de júri alargado foi o “Prémio Especial Queijo São Jorge DOP Mesa Diária 2022”, que premeia o melhor restaurante de preço moderado e que teve como vencedor, pelo 3º ano consecutivo, o restaurante alfacinha O Velho Eurico, de Zé Paulo Rocha, que superou a pontuação dos também lisboetas Pica Pau e Tati, que se lhe seguiram na classificação. De igual modo, o “Prémio Especial Bom Sucesso Loja Gastronómica do Ano” foi de novo para a Comida Independente (Lisboa), que alcançou mais votos do que os classificados seguintes, a Queijaria, The Millstone Sourdough e Talho das Manas.

Ainda com a ajuda deste painel, apurou-se igualmente um novo galardão, o “Prémio Especial Nutrifresco Evento Gastronómico do Ano”, atribuído ao festival Chefs on Fire, da Lohad, de Gonçalo Castel Branco.

Os prémios atribuídos por júris mais restritos

Nos prémios que resultam da votação de um júri mais específico e restrito, o “Prémio Especial Roastelier by Nescafé Chefe de Pastelaria 2022” foi para Márcio Baltazar, do Restaurante Ocean, num escrutínio em que participaram 32 jurados, na sua maioria composto por profissionais de pastelaria, mas que incluía também clientes, jornalistas e um ou outro chefe de cozinha, todos eles com uma característica em comum: o gosto particular por esta área.

Já o “Prémio Especial S. Pellegrino/Acqua Panna Escanção de 2022” foi para Filipe Wang, do Kabuki Lisboa, que reuniu o maior número de indicações do painel de 41 votantes, constituído em grande parte por escanções, mas que incluiu ainda jornalistas, clientes, produtores e outros profissionais ligados aos vinhos e à restauração.

Por sua vez, o Belcanto, que tem Luís Reis como chefe de sala, conquistou o “Prémio Especial NX Store Serviço de Sala do Ano”, após deliberação de um grupo de 24 votantes, do qual fez parte um conjunto de profissionais de sala de restaurantes, bem como proprietários, diretores e gastrónomos que os frequentam.

Irá o chef Tanka Sapkota encontrar em Portugal o tesouro dos bosques? A caça às trufas está a correr o país
Irá o chef Tanka Sapkota encontrar em Portugal o tesouro dos bosques? A caça às trufas está a correr o país Chef Vasco Coelho Santos. créditos: Mesa Marcada

Também Rui Sanches, da Plateform, reuniu o maior número de votos de outro painel do júri - que teve este ano 29 votantes e foi constituído por jornalistas, empresários e diretores de restaurantes, bem como gastrónomos - e viu ser-lhe atribuído, assim, o “Prémio Especial NX Hotelaria Empresário de Restauração 2022”.

Já o “Prémio Especial Miele Restaurante Clássico do Ano”, que visa prestigiar os “lugares de sempre” (neste caso estabelecimentos com mais de 25 anos), foi atribuído ao Mugasa de Ricardo Nogueira. Este galardão, bem como os já revelados (em dezembro) “Prémio Especial Cutipol Carreira”, atribuído a Paulo Morais, e “Prémio Maria José Macedo – Produtor/Fornecedor do Ano”, concedido à Salmarim de Jorge Raiado, contaram com um painel de júri muito particular: como habitual, foram convidados a votar apenas os integrantes dos Top 10 dos últimos cinco anos, bem como os vencedores de prémios especiais nesse período.

No que toca ao “Prémio Especial Studioneves de Sustentabilidade”, realizado em parceria com esta empresa de cerâmica de autor e com a consultora especializada em sustentabilidade Grab a Doughnut, os concorrentes foram divididos em duas categorias: “Rurais” e “Urbanos”. Na primeira, o vencedor foi o restaurante da Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz, (que já tinha ganho a primeira edição, de 2020) e na segunda a melhor classificação foi obtida pelo lisboeta SEM, de Lara Espírito Santo e George McLeod.