“Lembrar é fácil para quem tem memória. Esquecer é difícil para quem tem coração.” A frase de William Shakespeare, chega-nos inscrita na ementa de um dos mais recentes restaurantes do bairro de Campo de Ourique, em Lisboa. A casa chama-se Memoria (assim mesmo, sem o acento agudo) e traz-nos uma proposta, a de nos reaproximarmos de outros tempos, “de uma casa que foi nossa, da comida cuidada por quem nos cuidava”, contam-nos os responsáveis pelo novo restaurante lisboeta do grupo Pasta Non Basta.
A proposta é, em torno da mesa, promover longas conversas e partilhas de memórias, tendo como ponto de partida o elemento óbvio num restaurante, a comida. No caso vertente, fá-lo com a gastronomia italiana.
No Memoria, centro nevrálgico de todas as casas italianas, a cozinha ocupa um lugar de destaque. É com ela que nos deparamos assim que entramos pela porta vermelha do número 26A da Rua 4 da Infantaria. Na sala, cujo design de interiores foi desenvolvido por Inês Moura, imperam os tons neutros e a crueza dos mármores, em contraste com os candeeiros vermelhos (o design de iluminação ficou a cargo de Joana Forjaz). Nas traseiras, o restaurante conta ainda com duas zonas de esplanada prontas para receber o Verão.
Terceiro projeto do grupo Non Basta, o Memoria aproxima-se do conceito de osteria/trattoria italiana que já é partilhado pelos dois Pasta Non Basta (Alvalade e Elias Garcia). Neste novo espaço continua a aposta nas pizas e nas massas frescas confecionadas diariamente no restaurante, bem como nos produtos frescos provenientes da horta própria, mas há uma maior margem para experimentações. “No Memoria, há mais liberdade para criar”, resume um dos responsáveis pelo espaço.
A pensar nas famílias, há três pratos que podem ser pedidos em doses suficientes para três pessoas: o Linguini neri alla pescatore (14,00 euros a dose/ 38,00 euros o trio), o Spaghetti al pomodoro e burrata (13,00 euros a dose/ 35,00 euros o trio) e o Fettuccine com polpette (11,00 euros a dose/ 30,00 euros o trio).
Outra das apostas são os produtos provenientes de várias regiões de Itália, que vêm complementar a oferta de antipasti e saladas. De Parma vem o Salame gentile (6,00 euros a 10,00 euros) e o Parmigiano reggiano (6,00 euros a 10,00 euros), de Bolonha a Mortadella al tartufo (6,00 euros a 10,00 euros) e de Bergamo o queijo Taleggio (5,00 euros a 8,00 euros).
Tal como acontece nos Pasta Non Basta, há pratos clássicos: Os Spaghetti alla carbonara ( 12,00 euros), Lasagna della nonna (12,00 euros) e piza Diavola (12,00 euros) dividem as atenções com os Spaghettoni al tartufo (14,00 euros), Spaghetti alle vongole (14,00 euros) ou piza Margherita (9,00 euros).
Há também opções menos comuns, como é o caso do Pappardelle al Ragu di coniglio (14,00 euros), um estufado de coelho cozinhado lentamente, ou dos Ravioli com Taleggio e figo (11,00 euros), que junta a acidez do queijo à doçura da fruta da época.
No capítulo das bebidas, a oferta divide-se entre Spritz - há seis referências que podem ser pedidas em copo ou em jarro -, cocktails clássicos, licores e destilados, e vinhos nacionais e italianos.
“Fizemos uma criteriosa seleção de vinhos que harmonizam com a comida que servimos, vinhos gastronómicos, leves e não demasiado complexos”, acrescenta um dos sócios.
Entre os destaques estão os dois vinhos Astronauta, o Manda-Chuva, vinho feito em Portugal com a casta Sangiovese, e os italianos Pietro Primitivo (biológico de Puglia) e Umami Renchi Pecorino (de Abruzzo).
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