Não é arriscado dizer que este Cais da Pedra se debruça literalmente sobre o Tejo. Instalado num espaço que serviu outrora como armazém, o restaurante do grupo Multifood dista poucos metros do rio. Vista desimpedida para sul, detendo-se apenas nos perfis da Serra da Arrábida ao longe. Um espaço que conta, para além da luminosa sala principal de refeições, com uma esplanada e um bar apostado nos cocktails. No restaurante impera uma atmosfera que mistura elementos de espaço industrial e marítimo. Espelhos em formato gigante, mesas robustas com tampo em mármore, chão em madeira pintada de branco, paredes em tijolo. Sala clara, onde toda a atenção flui para a esplanada e, além desta, para o rio.

Na ementa, o chefe Henrique Sá Pessoa apostou forte, desde a primeira hora, nos hambúrgueres. Atualmente encontramos seis sugestões de hambúrgueres à base de carne de novilho, grelhado sobre chapas que chegaram diretamente dos Estados Unidos. No elenco dos hambúrgueres duas exceções à carne. Uma versão vegetariana, preparada com grão e cenoura, em bolo do caco de alfarroba com alface, tomate, coentros e molho tzatziki (9,90 euros). Uma outra versão com salmão, em bolo do caco de alfarroba, com cebola roxa, entre outros vegetais (11,90 euros).

De resto, alguns clássicos: o hambúrguer à portuguesa, com presunto de fumeiro e ovo frito (10,50 euros). O hambúrguer “Cais da Pedra”, com queijo da ilha, alface, cebola caramelizada e compota de tomate cereja e manjericão (12,90 euros).

Para acompanhar, as batatas fritas caseiras, a batata-doce assada com ervas e mel, a coleslaw caseira, a salada.

Em final de 2015, Henrique Sá Pessoa alargou o elenco à mesa no Cais da Pedra, juntando na ementa os “Clássicos do Chef”. Um dois mais dois de terra e de mar. O mesmo é dizer, dois pratos de carne e dois pratos com sabor oceânico. Nas carnes as bochechas de porco alentejano sobre um puré de batata-doce e com salteado de couves e bacon (13,90 euros). Também robusto, o bife da vazia frito com alho, louro e vinho branco. Vem acompanhado com presunto e batatas-fritas às rodelas (16,00 euros).

Com sabor a mar as sugestões clássicas de Pessoa apresentam-nos o lombo de bacalhau assado com esmagada de batata, puré de beringela e espinafres e tomate seco (14,90). O caril de camarão chega-nos espevitado com a erva príncipe, o gengibre, espinafres e leite de coco. A acompanhar um arroz branco (15,90 euros).

Uma carta onde não falta sazonalmente a sopa portuguesa, neste caso um creme de abóbora previamente assada no forno, temperada com manteiga, alho e cebola. Já na mesa, a sopa é enriquecida com uma colherada de requeijão, uma pitada generosa de cebolinho e uma bora rega de azeite (3,00 euros).

Ainda nas entradas não desmerecer o tártaro de robalo acompanhado de cebola rocha e maçã, sobre creme de abacate e wasabi. Sabor fresco e levemente apimentado (8,00 euros).

A ementa completa-se com quatro variedades de salada: Caesar de frango, Queijo de cabra com morangos, Salada de rosbife, Salada grega. Os preços variam entre os 11,90 euros e os 13,00 euros.

No que ao doce toque, Henrique Sá Pessoa não se faz rogado e presenteia a carta com sugestões bem encorpadas. Entre elas, o Brownie de chocolate com gelado caseiro de baunilha (5,00 euros), a Mousse de chocolate com pedaços de chocolate crunchie (4,50 euros), o Crumble de maçã e framboesas (4,50 euros), Cheesecake (5,50 euros), Tarte banoffee com banana, doce de leite e chantilly de baunilha (4,50 euros).

Henrique Sá Pessoa tirou ainda nos anos de 1990 o curso de cozinha no Pennsylvania Institute of Culinary Arts, nos Estados Unidos. Conta com uma carreira profissional construída em vários países. Sá Pessoa trabalhou em Londres (Inglaterra) e em Sidney (Austrália). Acaba por se sediar em Portugal onde exerceu em diferentes restaurantes: Cirpiani, Xarope, La Villa, Restaurante Flores, Panorama.

Em novembro de 2005 venceu o Concurso Chefe Cozinheiro do Ano. Em 2009 inaugurou o restaurante Alma, espaço que ainda detém em Lisboa, embora tenha mudado de morada para o Chiado no final de 2015.