Siza Vieira fez os esboços da Adega Mayor à mesa de um restaurante com Rui Nabeiro, em 2005 e dois anos depois a adega foi inaugurada. O edifício ergueu-se, a maqueta passeou pelo mundo e os vinhos foram bem recebidos. Este projeto do Grupo Nabeiro tem uma característica única em Portugal: a obsessão pela imagem e pelo design; a obsessão pelo vinho como um objeto de arte que sai da terra.

Dentro do setor dos vinhos em Portugal a Adega Mayor é sem dúvida uma jovem empresa, que desde o seu arranque, quis mostrar ao mundo vitivinícola nacional que este é um produto diferenciador para a economia nacional. Com uma estratégia focada no desenvolvimento de vinhos de castas portuguesas que se diferenciam não só pela sua qualidade mas também pelos conceitos que apresentam ao mercado, hoje a Adega Mayor é um bom exemplo de uma nova geração de produtores, mais jovens, mais seguros do valor da produção nacional no mundo.

A Terra

O terroir, como os franceses lhe chamam, é algo intraduzível e que na sua essência reflete o conjunto de condições de clima e de solo que permitem uma determinada casta ter o seu comportamento específico e inimitável. A atual área vitivinícola da Adega Mayor está concentrada na região de Campo Maior, Alto Alentejo, numa herdade com uma área total de 350 hectares.

Enoturismo

O espaço está aberto a visitas, apresentando uma oferta alargada de atividades como passeios pedestres, passeios de BTT, provas de orientação, ações de “team building”, voos de balão, passeios de barco na Barragem do Caia, entre outras experiências personalizadas para cada consumidor, que pode ainda optar por packs exclusivos, adaptados aos diferentes perfis de visitante.

Vindimas

O fim do verão é assinalado pelas vindimas. Para conhecer de perto o ciclo do vinho desde a vinha até à garrafa, arregace as mangas e torne-se enólogo por um dia aprendendo os segredos da apanha da uva até à sua transformação em vinho.

Dizem os livros que para ser um Solista é preciso ter o talento para encher uma sala a tocar a solo. Aqui são as melhores uvas e as mais singulares que têm o poder de encher uma garrafa a tocar sozinhas.
Este SOLISTA Verdelho Branco 2013, desenhado pelos enólogos Rui Reguinga e Carlos Rodrigues, é intenso e exuberante no aroma. Sugere uma mistura de fruta exótica, ananás fresco, lima e toranja em harmonia com agradáveis apontamentos minerais. Na boca é equilibrado, mas vibrante, que nos remete para um final muito fresco. Bem estruturado, este vinho é a merecida homenagem a um ícone das castas portuguesas.

Solista verdelho

Os monocastas da adega mayor dão protagonismo à melhor casta de cada vindima. São música para todos os sentidos como é o caso deste SOLISTA Touriga Nacional Tinto 2012, onde a Touriga Nacional repousa seis meses em cubas de carvalho francês de 400 litros.

Na prova sobressai o aroma a violetas e frutos silvestres apimentados pelo toque da madeira onde estagiou.

A estrutura deste vinho pede por um polvo à lagareiro, migas com carne de porco ou um cozido de grão com hortelã.

Solista touriga nacional

PAI CHÃO Garrafeira Tinto 2009 é a homenagem do Comendador Rui Nabeiro à sua terra e este é o seu vinho!

Apresenta-se nos seus aromas marcado pela complexidade doce dos frutos pretos, alcaçuz, tabaco, chocolate negro e café torrado. Na boca surpreende pela frescura e grande estrutura mostrando taninos sólidos mas sedosos, que revelam uma enorme capacidade de evolução. Das castas Alicante Bouschet, Tincadeira, Aragonês estagia 24 meses em barricas de carvalho francês e 12 meses em garrafa.

“Campo Maior é uma terra que se toca com as mãos, se rega de sentimentos e se vindima com o coração”.

Pai do chão tinto

José Faria
Sommelier OUT OF THE BOTTLE