Na beirã Serra da Gardunha e seus contrafortes estão identificadas perto de cem espécies de cogumelos silvestres, 80 das quais comestíveis. Uma riqueza natural local que, desde há vários anos, é valorizado e verte para um festival que faz do míscaro, um cogumelo comum naquele território e delicioso na gastronomia, o principal protagonista. Um evento que, em 2016, atraiu entre 30 a 40 mil visitantes. Em 2017, tal como nas edições anteriores, a freguesia de Alcaide, na vertente norte da Serra da Gardunha e a oito quilómetros da sede de concelho, o Fundão, transforma-se, na capital nacional do cogumelo. A razão? A nona edição do “Míscaros – Festival do Cogumelo”.
Desta forma, entre 17 e 19 de novembro, a localidade “mascara-se” como dizem carinhosamente os locais e acolhe este “Míscaros”. Uma iniciativa que foi antecipada ao SAPO Lifestyle no decurso da apresentação oficial em Lisboa. Momento para Paulo Fernandes, presidente do município do Fundão, salientar a importância da Festa para a comunidade local. Durante o festival “os habitantes do Alcaide abrem as portas das suas casas e têm uma relação de proximidade com os visitantes”. Ou seja, as mais de 50 tasquinhas que podemos encontrar no Festival funcionam como espaços “pop up” criados pelos habitantes de Alcaide e onde o visitante encontra pratos inspirados na riqueza fúngica local (e não só), licores, doçaria, entre outros petiscos, confecionados pela comunidade.
[Clique na imagem para acompanhar uma saída de campo na caça ao cogumelo]
Tratando-se de cogumelos, a segurança alimentar está assegurada, frisa o presidente da autarquia, “há um rigoroso controlo por parte de uma entidade externa certificada que garantirá a qualidade dos produtos servidos a todos os visitantes do certame”.
De acordo com Fernando Tavares, da Liga dos Amigos de Alcaide, entidade que organiza o Festival em parceria com o município e a Junta de Freguesia do Alcaide, “a iniciativa conta com três vertentes. Uma social, com o apoio a crianças com síndrome de Down (´Cozinhar Diferente`); uma solidária, com a recolha de donativos para a APPACDM do Fundão e a realização de um mega-almoço com o preço simbólico de um euro por participante. Finalmente, há uma vertente ecológica, já que todos os copos são biodegradáveis”.
Do programa do evento, realce para as iniciativas gastronómicas, nomeadamente as apresentações ao vivo, em torno dos cogumelos. Assegurada está a presença de vários chefes de cozinha, entre eles, Duarte Batista (restaurante Contemporâneo, do Grupo SANA Hotels, Henrique Mouro (Restaurante Assinatura), Joe Best (xxx), Filipe Brito (SANA Lisboa Hotel), Miguel Gameiro (vocalista da banda Pólo Norte). Chefes que terão de competir com as “receitas de baú dos habitantes de Alcaide. Um baú de sabedoria que começa na identificação
Não faltará nesta nova edição do “Míscaros” o “Concurso do Melhor Prato de Cogumelos”, no espaço Live Cooking, no domingo, 19 de novembro, com a presença do crítico gastronómico Orlando Esteves. Neste mesmo espaço decorrem todos os workshops. A destacar as apresentações, “Armas e Boletos” (métodos e técnicas de produção de cogumelos) a 19 de novembro, “Fungi Perfect” (produzir cogumelo ostra), a 18 de novembro, na apanha e na confeção”, sublinhou Paulo Fernandes.
Um evento também virado para as crianças, com a iniciativa “Chefs de Palmo e Meio”, introduzindo as crianças no mundo da confeção culinária com cogumelos. Os mais pequenos contam, ainda, com um espaço de diversão, a “Miscolândia”.
Um festival que não esgota a vertente micológica à mesa. No decorrer da iniciativa vão suceder-se saídas de campo acompanhadas de especialistas. A 19 de novembro o Passeio Micológico arranca às 10h00 (marcações: miscarosfestivalinscricoes@gmail.com), a 18 de novembro, o passeio “Cãogumelo”, oportunidade para perceber a apetência do fiel amigo para descobrir fungos no meio natural.
Não falta nos três dias do festival a animação com arte na rua, desfiles de folclore regional, grupos de bombos e cantares, mostra de artesanato.
Comentários