Em finais de 2019, Alexandre Silva inaugurou mais um restaurante na capital com a sua assinatura, o Fogo, juntando-o ao seu premiado Loco, assim como ao espaço que gere no mercado da Ribeira, também em Lisboa.
Agora, com a restauração a ressentir-se dos constrangimentos causados pela pandemia provocada pelo novo Coronavírus, Alexandre Silva expressa o seu estado de espírito usando a sua página no Instagram. Cancelamentos de reservas e ausência de clientes são apenas duas das realidades que amarguram os empresários da restauração.
“O Mundo e Portugal já passaram por várias crises no setor de hotelaria, eu próprio apesar da idade vi algumas crises acontecerem, passei por elas, senti-as. Sempre lutei para ser o melhor profissional possível, sempre lutei pelas pessoas que trabalham comigo, mas neste momento, sinto-me impotente. Tudo o que ajudei a contruir foi com trabalho árduo, com equipas fortes e bem formadas e muita responsabilidade”.
Alexandre junta-se neste desabafo a outros chefes de cozinha nacionais apreensivos com a atual situa, como aqui já reportámos com as palavras de Rui Paula (Casa de Chá da Boa Nova) e de Ljubomir Stanisic (100 Maneiras).
“Se me dissessem que um vírus se iria tornar em pandemia e que a economia iria colapsar, com quase toda a certeza me iria rir, a verdade é que isso está a acontecer em frente às nossas portas e dentro das nossas casas”, desabafa Alexandre Silva, acrescentando: “enfrentamos hoje o que será uma das maiores crises se não a maior, na indústria de restauração (e não só)”.
“Até indicações em contrário por parte das autoridades, todos os nossos espaços estarão a trabalhar a 200%, reforçámos ao sistema de HACCP, e a monotorização do estado de saúde de todos os nossos colaboradores, mas só isso não chega”, sublinha o proprietário do Loco,
“Falo com desespero, porque vamos atravessar o maior deserto de sempre e muitos não vão conseguir chegar ao fim”.
“Peço às entidades competentes que coloquem em prática soluções para ajudar as empresas a ultrapassar tudo isto, porque sem trabalho as pessoas não vão poder ter qualidade de vida e dificilmente conseguiremos que o mundo volte a andar em tempo útil”.
E termina com um apelo, “a todos os cozinheiros e empresários que unam as vozes e que lutem pelo bem estar da economia”.
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