Há porém quem veja nela uma uva demasiado impositiva, excessivamente dominadora, podendo mascarar a identidade de uma região. Na verdade, a Touriga Nacional é tudo isso e mais ainda!
Confira a seleção de Luís Ramos Lopes, diretor editorial e crítico da revista Grandes Escolhas*.
Quinta do Crasto, Douro, Tinto, 2016
Aroma com classe e carácter. Cereja carnuda e madura, notas balsámicas, chocolate preto, chá preto com bergamota, nuances de canela e pimenta preta, componente floral com violetas e rosas. Absolutamente irresistível pela sua concentração afirmativa, envolta em veludo da sua textura, com sabor pleno, imensamente sedutor. Saiba mais aqui.
Quinta do Perdigão, Dão, Tinto, 2009
Cor granada, bastante concentrada. Doce de framboesa e cereja no aroma, notas de couro e folhas, misturadas com terra húmida, alguma tinta da China e ligeiro apontamento de carne fumada. Tanino incrívelmente denso, mas suculento com o equilíbrio oferecido pela acidez. Óptima evolução e ainda tem anos de vida pela frente. Leia mais sobre este vinho aqui.
Allgo, Dão, Tinto, 2016
Bonito e característico aroma de Touriga Nacional com traços bem definidos, começando por um floral intenso, mas não em demasia, cereja fresca madura e carnuda, bergamota e baunilha. Aveludado no trato, com tanino maduro, quase mastigável, sem comprometer a elegância graças à frescura de boca. Um vinho delicioso da CM Wines. Para saber mais, siga este link.
Monte Meão Vinha dos Novos, Douro, Tinto, 2016
Aroma concentrado e um pouco fechado no início, mas a evoluir bem no copo. Revela primeiro cereja madura e carnuda, chá preto e bergamota, sugestões florais. Mastigável e texturado, com expressivo sabor (onde se nota mais o floral), e polimento impressionante para o nível de tanino que apresenta. Muito persistente, com frescura de fruta vermelha no final. Conheça mais deste vinho da F. Olazabal & Filhos aqui.
Quinta do Cume, Douro, Tinto, 2015
Violetas e fruta silvestre em compota (mirtilo, amoras e framboesas), cardamomo e chocolate preto aparecem no nariz com intensidade e finura. Firme e denso, com perfil sério mas também bastante elegante, longo e sumarento no final de boca. Saiba mais aqui.
Quinta do Noval, Douro, Tinto, 2016
Aroma profundo e complexo, tendo no lado da fruta amoras e mirtilos, algum alcaçuz. Parte floral evidente e representada por esteva, lavanda e leves violetas. Especiaria doce, notas licorosas e resinosas. Sedoso e elegante na boca, taninos e acidez em perfeita harmonia, final longo e sério. Bastante jovem, com carácter e potencial para muitos anos de garrafa. Mais detalhes aqui.
Quinta do Portal, Douro, Tinto, 2003
Muito harmonioso no nariz, notas de farmácia e ervas aromáticas secas, compota de cereja, tomate seco, canela, molho de soja e balsâmicos. Boa presença de tanino, já domado e educado, frescura bem evidente. Curiosamente, o álcool um pouco elevado está perfeitamente integrado na estrutura do vinho. Final muito longo com notas de café moído e especiaria. Leia mais sobre este vinho aqui.
Vallado, Douro, Tinto, 2016
Bem intenso e complexo no aroma a sugerir geleia de amora, cereja madura, esteva e lavanda, alcaçuz, tosta e notas balsâmicas e de especiaria. Bastante sedoso na boca, com tanino firme mas muito bem polido pela barrica, em perfeita harmonia com a fresca acidez. Final muito persistente e distinto. Conheça mais sobre este vinho da Quinta do Vallado aqui.
Vinha de São Lázaro, Regional Alentejano, Tinto, 2015
Nariz muito aromático e bonito, pendor floral, nota mineral encantadora, grafite, vegetal seco ao fundo. Prova de boca com grande concentração, sedoso até, mas retendo acidez, terminando com sabor a ameixa. Atração imediata num tinto perante o qual é difícil ficar indiferente. Leia mais sobre este vinho da J. Portugal Ramos aqui.
* Top 9 de vinhos provados em maio de 2019 pela revista Grandes Escolhas , ordenados pela melhor classificação de prova.
Comentários