Tudo começou há seis décadas anos, quando a Aninhas Peixeira, como era conhecida na Régua, deixou a venda de peixe na praça para se dedicar ao seu primeiro negócio. Alugou um pequeno espaço onde é agora o atual restaurante e fez dele um tasquinho onde vendia sardinha de escabeche, assada ou frita, acompanhada de vinho a copo.
Em 1978, comprou o terreno à volta do seu tasco e construiu uma casa com o restaurante por baixo, como é conhecido atualmente. Nessa altura, já a comida típica portuguesa era prato do dia, mas a especialidade da casa toda a gente sabia que eram as tripas à moda da Aninhas.
Sem saber ler nem escrever e fazendo contas como só ela sabia, da esquerda para a direita, a tia Aninhas deixou um legado que a família quis preservar. Em 1988, partiu deixando o restaurante ao sobrinho, já na altura conhecido pelo Manel da Aninhas, que o manteve aberto até aos dias de hoje.
Agora, em 2018, os dois filhos do Manel e as respetivas esposas decidiram que o legado não podia parar por aqui. Fizeram obras para tornar o espaço mais confortável e mais moderno, assegurando a qualidade de sempre e toda a tradição deixada pela Tia Aninhas e pelo seu Manel.
Em pleno Peso da Régua, a dois passos de uma vista desafogada para o Rio Douro, o novo Restaurante Manel da Aninhas manteve as grandes especialidades – o bacalhau no fogo, o cabrito assado na brasa, o cozido à portuguesa, a feijoada de tripas – e adicionou um toque de modernidade.
Os novos proprietários, na casa dos 30 anos, querem vingar neste restaurante que tem mais de seis décadas, provando que o interior, e sobretudo o Douro Vinhateiro, é, cada vez mais, um ponto de passagem (e fixação) para as faixas etárias mais novas e para os turistas.
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