Da cozinha comandada pelo chef Manuel Barreto, que tem a seu lado Diogo Machado, chefe de sala e responsável pela carta de vinhos, chegam ao balcão, ou à mesa, criações que combinam técnicas e sabores globais, mas sempre com produto português.

A ideia já vinha a ser ‘cozinhada’ por Sérgio Frade, proprietário do Guelra que, juntamente com seu irmão, Pedro Frade, e Alessandra Haiat (diretores de operações) coordenam o seu outro projeto no mundo da restauração, o restaurante O Frade, não muito longe dali, no início da Calçada da Ajuda, que conta com um outro espaço no Mercado Time Out. Agora é a vez de se lançarem em alto mar e abrirem novas portas à cidade, em Belém.

Guelra é o novo restaurante onde há mar e mar, para pedir e provar
Henrique P. Isidoro

Ao entrar no Guelra, a decoração remete imediatamente para o universo marítimo. As cores azul e branco predominam, e o balcão de sete lugares, que convida logo a sentar, lembra também a mística dos barcos de cruzeiro. Mas aqui o amor é outro. É pelo mar, e por tudo o que dele vem e que é aqui transformado em diversas propostas que convidam a mergulhar numa carta de petiscos, mas não só, porque há também opções de principais, que ocupam lugar na sala do primeiro piso.

Mas a experiência que pode começar ao balcão pode também seguir para fora, para a esplanada de 38 lugares. No piso de cima, com 32 lugares, a sala nos mesmo tons da entrada, cria um ambiente sofisticado, mas descontraído. As ondas que envolvem o espaço, a luz que entra pelas janelas de dia, a iluminação à noite, e os motivos marinhos no teto proporcionam uma atmosfera leve que faz lembrar o mar calmo, porque aqui a agitação fica na cozinha.

No Guelra nem tudo o que vem à rede é peixe, também há bom e diverso marisco
Henrique P. Isidoro

Estão assim apresentados os três espaços do Guelra, mas antes de subirmos ao primeiro andar, é tempo de provar um Guelra Sour, ou outro dos cocktails e vinhos disponíveis a copo – incluindo vinhos de talha e da Borgonha de produção própria – enquanto se espreita o trabalho dos cozinheiros do outro lado do balcão.

Apresentada de forma divertida, simulando o papel de jornal que noutros tempos servia de embrulho ao peixe nos mercados, a carta do Guelra começa por sugerir as entradas, entra as quais se destacam a Tostada de Camarão (tortilhas crocantes, romesco e ponzu) (5€/unidade) e o Bacalhau3 (brandade, sames e línguas) (7€/unidade), mostrando que a criatividade é um dos ingredientes principais.

No Guelra nem tudo o que vem à rede é peixe, também há bom e diverso marisco
Henrique P. Isidoro

Segue-se uma variada opção de petiscos muito pouco convencionais. Da Cavala alimada com coentros, funcho e picadinho à Algarvia (12€) à Moreia frita e maionese de kimchi (12€). O Maguro sando (atum rabilho, sriracha e coleslaw) (18€), os Bikinis (muxama de atum, tapenade, romesco, queijo e sriracha) (12,50€), as Puntinillas (choco, tinha te choco e lima) (8€) e os Takoyakis (polvo, sriracha e katsuobushi) (8€/4 unidade) são sérios candidatos a best-sellers.

Mas desengane-se quem ache que aqui só se servem petiscos. Diariamente, o Guelra propõe uma nova sugestão – “O que vem à rede é peixe” (17,5€) - de prato principal, e desafia os clientes a descobrir o que veio à rede. Peixe é com certeza. As sugestões “Pela Guelra” (23€) e “Do Oceano para a Mesa” (29€) completam a carta, e são definidas regularmente pelo que de melhor o mar traz até à cozinha do chef.

No Guelra nem tudo o que vem à rede é peixe, também há bom e diverso marisco
Henrique P. Isidoro

Ao falar de mar, falamos de água, e as sobremesas prometem isso mesmo, fazer crescer água na boca. Churros com toffee do mar (4,5€), Tarte de queijo do Guelra (6€), Creme de arroz doce (6€) e uma Pérola do oceano (8€) são os “pecados” inaugurais.

Guelra

Rua de Belém, n.º 35 Lisboa

Contactos: tel. 939 002 081

Passando do prato para o copo, destacam-se, para começar, os cocktails Guelra Sour (10€) ou “Bica dos Frades” (10€).

Não faltam também os mocktails e as cervejas (Estrella Damm, Inedita Damm e Malquerida à pressão). No mundo dos vinhos, a escolha não podia deixar de ir para os de produção própria, vinhos de talha do nosso Alentejo, resultado de um processo 100% natural, que após uma longa fermentação de dois a três meses, estagiam seis meses noutras talhas de barro, e mais três anos em garrafa. Mas também de produção própria, os irmãos Frade sugerem os seus vinhos da Borgonha, feitos com as variedades que mais definem a região, Chardonnay no branco e Pinot Noir no vinho tinto, castas conhecidas pela sua elegância e complexidade. Sempre com a certeza de harmonizações que realçam os sabores do Mediterrâneo.