Erradamente apelidada de curva da felicidade, a gordura abdominal nos homens não está relacionada com o seu bem-estar mas, sim, com factores hormonais intrínsecos ao género masculino. Assim, enquanto as mulheres normalmente acumulam mais gordura nas ancas, glúteos e barriga, os homens tendem a acumular tecido adiposo principalmente no interior do abdómen, porque a testosterona produz uma multiplicação de células adiposas nesta zona.
Estas são as soluções cirúrgicas a que pode recorrer para resolver o problema de excesso de gordura abdominal:
- Lipoaspiração
Nuno Ramos, cirurgião plástico, aponta esta cirurgia, que nunca custa menos de 2.500 €, como a mais indicada para eliminar gordura localizada na região do abdómen. «É uma técnica cirúrgica menos invasiva, logo, menos agressiva e com menos complicações do que a abdominoplastia. Além disso, garante resultados eficazes tanto na redução do volume como na definição do contorno abdominal », garante o especialista.
No entanto, «nos casos em que há excesso cutâneo ou em que a lipoaspiração não é suficiente, a opção cirúrgica deve ser a abdominoplastia», refere. Para a concretizar, «são feitos dois pequenos orifícios com cerca de 2 mm (ao nível do umbigo e da zona púbica), através das quais se introduz uma cânula conectada a um sistema de aspiração, que elimina a gordura em excesso», explica o cirurgião plástico.
O pós-operatório não é dos mais complicados. Uma ou duas semanas após a cirurgia, os pacientes podem regressar à rotina habitual, devendo apenas usar uma cinta compressiva, durante o primeiro mês. Quanto a resultados, em pouco tempo, notará diferença no volume e na forma. No entanto, os resultados mais evidentes são perceptíveis alguns meses depois, quando a retenção de líquidos e a inflamação diminuírem.
- Abdominoplastia
Permite retirar o excesso de gordura e/ou pele existente e corrigir a flacidez muscular. Para Nuno Ramos «é a opção cirúrgica mais eficaz na definição da parede muscular». Por vezes, é necessário aliar a lipoaspiração à abdominoplastia, «uma vez que a obesidade abdominal masculina se localiza, frequentemente, na região supra-umbilical». Para a concretizar, é feita uma incisão na linha de demarcação dos pelos púbicos e o descolamento da parede abdominal para que possam ser feitas as correções.
Pode ser feita com anestesia geral ou epidural e o internamento dura um a dois dias. No período pós-operatório, aconselha-se a utilização de uma cinta compressiva no abdómen que proporciona maior conforto e permite reduzir o inchaço. «Os resultados são imediatos: o abdómen fica mais definido e liso» mas «o resultado final só é visível ao fim de dois meses. Na maioria dos casos, a cicatriz fica imperceptível ao fim de seis meses», esclarece o especialista. Esta intervenção tem um custo médio de 4.500 €.
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Hábitos (alimentares) prejudiciais
Segundo um estudo realizado na Universidade de Massachussets, nos Estados Unidos da América, os homens que não tomam o pequeno-almoço têm uma probabilidade 4,5 vezes maior de acumular gordura na zona do abdómen do que aqueles que respeitam esta refeição. Também um grupo de investigadores britânicos concluiu que o tamanho do pequeno-almoço é inversamente proporcional ao perímetro abdominal.
Isto quer dizer que, quanto mais comer pela manhã, menos barriga terá. Mas nada de comer ovos fritos com bacon, trata-se de tomar um pequeno-almoço saudável. Uma refeição que deve incluir cereais integrais, laticínios magros e fruta. Uma das estratégias mais eficazes para reduzir a gordura é ter um gasto calórico, através de exercício físico, superior ao valor total de alimentos ingeridos.
Seguir uma dieta variada, embora limitando o consumo de gorduras e hidratos de carbono, deve ser uma regra sempre presente. Tonificar os músculos também é fundamental. Os seus abdominais existem, debaixo da pele, mas requerem trabalho, nomeadamente caminhar, correr, andar de bicicleta, subir e descer escadas. Controlar a alimentação e completá-la com um programa de exercícios abdominais e actividade aeróbia de intensidade média é a chave para conseguir tonicidade muscular.
Texto: Sofia Cardoso com Nuno Ramos (cirurgião plástico)
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