Defendem que todos os seres humanos devem ter uma imagem positiva do seu corpo e recusam-se a compactuar com as imagens que continuam a ser veículadas de que toda a gente deve ser magra, elegante e vestir tamanhos pequenos. Os ativistas do Body Positivity, um movimento que está a ganhar terreno e a provocar grandes mudanças na indústria da moda, ainda não se podem dar por satisfeitos, longe disso, mas começam a ter razões para celebrar.

"Na apresentação dos desfiles de primavera/verão de 2020, foram batidos os recordes em termos de diversidade, atingindo-se um novo patamar de inclusão", analisa Margarida Figueiredo, editora de moda da Saber Viver, numa reportagem publicada na edição de maio da revista feminina, já disponível nas bancas de norte a sul do país e também em versão digital. Na Semana da Moda de Nova Iorque, nos EUA, desfilaram 68 manequins plus size.

As modelos curvilíneas participaram em 19 desfiles. A apresentação da coleção de outono/inverno 2019/2020 Tommy Hilfiger x Zendaya já tinha recorrido a 12. Ashley Graham, que veste o tamanho 46, grávida na altura, foi a estrela de um desfile que foi uma verdadeira ode à vida e à diversidade feminina. "Mas o golpe de génio foi dado pela designer de moda e cantora Rihanna, no seu desfile Savage x Fenty", reconhece, todavia, Margarida Figueiredo.

Michael Kors, Prabal Garung, Alexander McQueen e Kate Spade seguiram-lhe o exemplo. A modelo holandesa Jill Kortleve exibiu mesmo um vestido transparente com lingerie preta por baixo. Mais recentemente, a marca portuguesa Salsa associou-se ao movimento através do lançamento da coleção Salsa x Barbie, que apela a uma aceitação da diferença. A apresentação pública foi cancelada devido ao surto pandémico mas a mensagem não foi anulada.

O intuito das duas marcas é demonstrar que o diferente é normal, é bonito e deve ser celebrado. "Existe ainda um longo caminho a percorrer para a aceitação da diversidade mas a marca orgulha-se de a estar a incentivar através da colaboração com a Barbie, com uma mensagem tão inspiradora, que pretende incentivar as mulheres a sentirem-se bem consigo, demonstrando que é bom que sejamos todas diferentes", refere Marta Kadosh, relações públicas da Salsa.