Há cinco anos, Marta Oliveira, na altura com 20, foi estudar para o Brasil ao abrigo do programa de intercâmbio académico Erasmus. No Rio de Janeiro, encantou-se com as praias e com os (muitos) biquínis e fatos de banho que descobriu por lá. No regresso a Portugal, os que via nas lojas não a satisfaziam. "Tinha alguns problemas em comprar cá biquínis que eu própria gostasse", admitiu em entrevista ao Modern Life.
"Então, quis fazer uma coisa que eu conseguisse usar e com a qual as minhas amigas também se identificassem", acrescenta ainda. Foi o primeiro passo para o nascimento de um novo negócio, a criação da marca 38 Graus. Em 2017, rumou à Comporta. Como as coisas correram bem, este ano resolveu ir ainda mais longe, criando uma coleção de fatos de banho 80% ecológica. "É a característica que nos distingue", garante.
"A outra é o facto das peças terem cortes muito simples. Não temos aqui uma explosão de padrões. São coisas mais intemporais", esclarece Marta Oliveira, a empreendedora de 25 anos que nunca para. "Para o ano, vamos tentar que a totalidade da coleção seja ecológica", anuncia. Também as embalagens e o merchandising, que inclui sacos de pano, bolsas e etiquetas em tecido, segue o mesmo espírito.
Apesar de ser a alma do negócio, não faz tudo sozinha. O apoio da família tem sido decisivo e o trabalho da designer que contratou também. "Os padrões são 100% nossos. Nós é que os desenvolvemos todos", afirma, orgulhosa. Apesar de ter "uma paixão gigante" por biquínis, nunca lhe tinha passado pela cabeça enveredar por esta área antes de ir para o Brasil. "Isto não é o meu sonho de criança", confidencia a empresária.
"É uma paixão recente", assume a ex-estudante de publicidade e marketing. "O mais difícil foi conseguir uma boa fábrica, porque me exigiam um número mínimo de peças e eu não queria arriscar uma grande quantidade. O ano passado, produzimos pouco mais de mil exemplares. Este ano, decidimos duplicar. Também não quero estar a pôr a carroça à frente dos bois", afirma Marta Oliveira, que em 2017 esgotou o stock.
Ao contrário da coleção do ano passado, que não tinha conceito, a de 2018, que pode ver na galeria de imagens acima, recebeu o nome de "Caminho a sul", retratando as aventuras de duas amigas que se refugiam num local quente, longe do reboliço de uma cidade como a que inspirou o nome da marca. "38 graus é a latitude de Lisboa e, depois, também remete para a temperatura. É uma espécie de dois em um", explica a empreendedora.
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