De acordo com Keaton Bullen, que está no último ano na escola de design Parsons, Wang teria-lhe tocado de forma inapropriada numa discoteca em agosto de 2019, contou ao site da BBC.

"De repente, ele abriu o fecho das minhas calças, enfiou lá a mão e começou a agarrar no meu pénis à frente de um grupo de pessoas", relata. "Eu fiquei completamente congelado", acrescenta.

Contactada pela AFP, a família de Alexander Wang não respondeu de imediato.

Por outro lado, a advogada Lisa Bloom, especializada em casos de assédio sexual e agressão, declarou à AFP que representa 11 homens que afirmam ter sido vítimas do estilista de 37 anos, confirmando informações do The New York Times.

Bloom afirmou que não apresentou nenhum desses casos ao tribunal, embora não os descarte.

Em dezembro, um modelo britânico, Owen Mooney, acusou Alexander Wang de tocá-lo numa discoteca, em janeiro de 2017.

A modelo trans Gia Garison disse ao jornal britânico The Guardian no início de janeiro que, em fevereiro de 2017, um incidente semelhante teria acontecido com ela.

O estilista então reagiu qualificando as acusações como "mentiras".

"Eu nunca tive a conduta atroz descrita e nunca me comportaria da maneira de que sou acusado", defendeu-se.

Alexander Wang, que apresentou o seu primeiro desfile aos 23 anos, é considerado um pioneiro na integração de roupas desportivas com o "prêt-à-porter"  de alta qualidade.

Após o surgimento do movimento #MeToo em 2017, várias personalidades do mundo da moda foram apontadas como sendo responsáveis por assédio ou agressão sexual.

No entanto, até agora foram principalmente fotógrafos - como Terry Richardson, Bruce Weber e Mario Testino - que deixaram a indústria depois de acusações semelhantes.

Em junho de 2018, o cofundador da marca Guess, Paul Marciano, demitiu-se do cargo de presidente da marca de moda após ser acusado de assédio sexual e agressão.