Kim Jones dedicou o desfile ao seu compatriota Judy Blame, estilista e ícone do punk que morreu em 2018 e que trabalhou com Duran Duran, Boy George, Bjrk, John Galliano e a marca Louis Vuitton.
O homem desta vez apropria-se de acessórios do guarda-roupa feminino, como luvas com pérolas, combinadas com casacos e calças em tons sóbrios.
Camisas sedosas caem fluídas como saias sobre calças clássicas combinadas com botins "chelsea", com fecho duplo. Uma boina, criada pelo famoso chapeleiro Stephen Jones, completa o look.
"Sempre gostei do toque londrino no chique parisiense, é por isso que os britânicos entram tão bem nas 'maisons' de luxo francesas", disse Kim Jones à AFP antes do desfile.
"A coleção é de alto alcance e decadente. O mundo está bastante deprimente neste momento, queria fazer algo festivo", diz.
Um impressionante casaco com ombros bordados com fios de prata encerrou o desfile. O preço: 75.000 euros.
"Acredito que venderemos pelo menos dez. Temos clientes VIPs que gostam de coisas especiais", diz Jones.
Os casacos 'bomber' têm fechos nas costas que, abertos, deixam ver pérolas bordadas, que também aparecem nas gravatas.
Vêtements sem Demna Gvasalia
Outra marca protagonista do quarto dia da Semana da Moda masculina foi a Vêtements, que desfilou pela primeira vez sem o seu cofundador, o estilista Demna Gvasalia.
A marca em que o estilista da Geórgia, que já foi diretor artístico da Balenciaga, rompeu com o moldes de um estilo provocador e confortável, continua agora nas mãos do seu irmão Guram.
O desfile misto foi marcado por casacos quadrados, com ombreiras, além de falsas top models e estrelas caracterizadas como várias modelos, como Kate Moss, Naomi Campbell e Angelina Jolie.
Um boné tinha o lema "Gvasalia para presidente".
Gvasalia conseguiu levar o uniforme de trabalho e a roupa do dia a dia para o universo do luxo, e nos seus famosos desfiles parisienses mostrava modelos, muitos não profissionais e de idades variadas, como estereótipos: a secretária, o "hooligan" e até o sem abrigo.
A Semana da Moda masculina terminou este domingo e passa o bastão para os desfiles de alta costura. O de Jean Paul Gaultier, na próxima quarta-feira, será o seu último, anunciou na sexta-feira o famoso estilista francês, que durante 50 anos marcou a história da moda com o seu estilo transgressor e subversivo.
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