Para o primeiro dia da Semana de Alta-Costura, a marca francesa propôs leveza e uma pitada de loucura ao estilo dos anos 1920, combinados com a lembrança de tempos mais sombrios.
"Joséphine Baker é uma grande artista e a única mulher de cor enterrada no Panteão [de grandes personalidades francesas]", reforçou Maria Grazia Chiuri, diretora criativa de coleções femininas da Dior, em declarações à AFP.
Cliente fiel e musa de Christian Dior, Baker também marcou esta época com os seus vestidos, conforme lembrou a estilista.
Com o seu corte de cabelo curto e corpo de dançarina, personificou uma feminilidade diferente: burlesca mas também livre nos seus movimentos, afastada da mulher estática da sua geração.
Inicialmente, ao chegar em Paris, apresentou-se em papéis que reforçavam estereótipos raciais indígenas, com a sua famosa saia de banana e caretas.
Mas o rápido sucesso libertou-a para mudar radicalmente o seu visual, tornando-se um ícone do estilo Art Déco e, posteriormente, adotando fatos modernos.
Fascinada pela evolução, Chiuri homenageia todas essas fases: penas e franjas em tons metálicos evocam os seus dias de cabaré. Conjuntos de mini-calções e body justos são seguidos por vestidos longos e esvoaçantes dos anos 1920-30.
E, para fechar a coleção, a maison apresenta conjuntos de fatos e vestidos cintados e de corte tradicional.
“As suas imagens com uniformes são extraordinárias. Ela tinha uma consciência incrível do que poderia fazer com a sua notoriedade, como colocá-la ao serviço das mulheres”, explica Chiuri.
Os casacos são estilo roupão, mas aveludados, como os que uma estrela usaria entre dois números de cabaré, no seu camarim.
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