Os pigmentos foram descobertos pela investigadora de Doutoramento Nur Gueneli, da Universidade Nacional Australiana (ANU), que esmagou as pedras encontradas num depósito de xisto no deserto do Saara, na bacia Taoudeni, na Mauritânia. As pedras tinham sido encontradas e enviadas para análise por membros da indústria petrolífera há cerca de 10 anos.

10 características que fazem de nós pessoas mais inteligentes (ou não)
10 características que fazem de nós pessoas mais inteligentes (ou não)
Ver artigo

Os achados têm 1,1 mil milhões de anos, um recorde geológico. Para chegar a essa conclusão, os cientistas desfizeram as pedras até as tornarem pó. Em seguida, extrairam e analisaram as suas moléculas.

"Os pigmentos cor-de-rosa vivo são fósseis moleculares de clorofila que foram produzidos por antigos organismos fotossintéticos que habitavam um oceano há muito desaparecido", comentou a investigadora responsável pela descoberta.

A novidade foi publicada num artigo científico divulgado pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Trabalho conjunto

A descoberta foi obtida pelo trabalho conjunto de cientistas australianos, japoneses e norte-americanos, com o apoio da Geoscience Australia.

A mordedura destes 10 animais pode matá-lo em minutos
A mordedura destes 10 animais pode matá-lo em minutos
Ver artigo

Os fósseis têm coloração entre vermelho vivo a roxo intenso, na forma concentrada, e cor-de-rosa vivo, quando diluídos. "A análise dos pigmentos antigos confirmou que minúsculas cianobactérias dominavam a base da cadeia alimentar nos oceanos há mil milhões de anos, o que ajuda a explicar porque não existiam animais na altura", comentou Nur Gueneli.

Jochen Brocks, professor adjunto sénior da ANU, diz que o surgimento de grandes organismos ativos foi provavelmente restringido por um número limitado de partículas maiores de alimentos, como as algas.

"As algas, embora microscópicas, são mil vezes maiores em volume do que as cianobactérias e são uma fonte de alimento muito mais rica", acrescentou.

"Os oceanos de cianobactérias começaram a desaparecer há cerca de 650 milhões de anos atrás, quando as algas começaram a espalhar-se rapidamente para fornecer a explosão de energia necessária à evolução de ecossistemas complexos, onde grandes animais, incluindo humanos, puderam surgir na Terra", concluiu.