A Decathlon prepara-se para começar a vender hijabs desportivos, da marca Kalenji, em França, em março. Seguindo o exemplo da marca de moda japonesa Uniqlo e da marca desportiva Nike, a cadeia de roupa e equipamentos desportivos francesa pôs à venda um modelo de véu islâmico desenvolvido especialmente para as mulheres que correm e que "desejam proteger a cabeça e o pescoço durante a corrida".

No loja digital da empresa, é essa a justificação oficial que os responsáveis apresentam. Feito num tecido que facilita a respiração, "não se move durante a corrida", asseguram ainda. Online, já esgotaram, mas a decisão está a causar polémica. Alguns críticos acusam publicamente a marca de estar a ser "cúmplice de uma prática que restringe a liberdade das mulheres e que limita o empoderamento feminino".

A ministra da saúde francesa, Agnès Buzyn, é uma das que contestam o lançamento. "Preferia que não houvesse uma marca francesa a promover o véu [islâmico]", afirmou ontem em declarações à rádio RTL. "Ele é permitido. Sabemos bem que a laicidade em França permite o seu uso. Mas, pessoalmente, não gosto que favoreçam a diferenciação entre os homens e as mulheres", criticou Agnès Buzyn. Já à venda em Marrocos, os novos hijabs deverão chegar "às lojas que o solicitem", como informa a empresa, antes do fim de março.

Em 2017, o anúncio do lançamento do Nike Pro Hijab, desenvolvido em parceria com as atletas Amna Al Haddad e Zahra lari também foi alvo de críticas. Um ano antes, tinha acontecido o mesmo com a Uniqlo, quando lançou uma coleção de túnicas e de véus inspirados nos das mulheres muçulmanas. Em 2015, a H&M recorreu à esteticista londrina Maria Hidrissi para promover o uso do hijab numa campanha.

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