Na reta final da Semana da Moda francesa, o georgiano apresentou uma coleção desenhada para todos os ofícios e profissões, para poder falar da sua vida real.

Alguns dos modelos eram grisalhos; outros, calvos. Havia homens, mulheres, brancos, negros e asiáticos, numa ode à diversidade em todos os níveis.

"Qualquer que seja a atividade que se exerça, uma peça pode transformar tanto quanto um uniforme", declarou em nota o diretor artístico da Balenciaga.

Neste vestuário arquitetónico pensado para o mercado de trabalho, o volume exagerado e as ombreiras retas e rígidas tão amplas que convertem a silhueta em V impuseram-se.

Os jeans também encontraram lugar no desfile da Balenciaga, bem como no da Givenchy - que também aconteceu este domingo -, em que apareceram desfiados, remendados e rasgados.

Desmoralizante?

A onda ambientalista também chegou às passerelles, e a Balenciaga trouxe a sua contribuição: um look de patchwork mostra inscrita a palavra "Terra", e outros pedem "Vamos proteger a vida e o nosso planeta".

Outras marcas, como a Dior e a francesa Marine Serre, alimentaram nesta semana da moda o debate ambiental, reafirmando a necessidade de lutar contra o aquecimento global.

O presidente da gigante do luxo LVMH, à qual pertence a Dior, no entanto, gerou polémica esta semana ao criticar Greta Thunberg, a jovem sueca que se tornou símbolo da mobilização internacional contra as mudanças climáticas. Bernard Arnault estimou que o discurso de Greta tinha um caráter "catastrófico absoluto, desmoralizante para os jovens".

"A atitude de seguir como sempre nos negócios já não funciona", reagiu Andreas Kronthaler, estilista da marca da sua mulher, Vivienne Westwood, pioneira da moda ecologicamente responsável. "Estamos sobre um vulcão e o tempo é curto. É evidente que a moda é um setor muito poluente", disse Kronthaler à AFP após o seu desfile em Paris, este sábado.

A Semana da Moda primavera/verão de Paris termina na próxima terça-feira, com os desfiles da Chanel e Louis Vuitton.