"Queria ser independente do prêt-à-porter", disse Baecker, uma doutorada em neurociência de 29 anos, à AFP.

Estimulada pela sua rejeição pelo "fast fashion", roupa barata que é rapidamente descartada, começou a costurar em 2018, começando por pequenas malas.

Quatro anos depois, "aproximadamente 80% da sua roupa" é feita em casa: de pijamas a casacos longos e jeans costurados com retalhos de calças de ganga recuperadas de membros da sua família.

A usar um vestido longo costurado à mão, Lea Baecker conta que quase não compra mais roupa nova.

A indústria da moda e têxtil é o terceiro setor mais poluente do mundo, depois dos alimentos e construção, e representa até 5% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, de acordo com um relatório publicado há um ano pelo Fórum Económico de Davos.

As marcas de moda de baixo custo são regularmente criticadas pelo desperdício e pela poluição que causam, assim como pelas condições salariais impostas aos seus trabalhadores.

Tara Viggo conhece bem essa indústria de "fast fashion", na qual trabalhou durante 15 anos como modelista.

"Via a quantidade de roupa que entrava e saía dos depósitos, era assustador", lembra.

Em 2017, decidiu criar os seus próprios moldes (os desenhos em papel das partes de uma peça de vestuário), sem pressa, colocando à venda apenas um modelo por ano, longe dos "quatro moldes por dia" às vezes pedidos pela indústria do prêt-à-porter.

"Não acho que a H&M vá fechar amanhã", comenta, sobre a gigante sueca do setor têxtil, mas a costura leva-a à reflexão: "Depois de aprendermos a costurar, não consigo imaginar que uma camisa custe três libras." (3,60 euros)