O aparecimento de papada ou das consequências estéticas de uma lipodistrofia cervical são marcas da passagem do tempo que não se conseguem travar. «Estas acontecem quando a pele e o músculo do pescoço perdem a elasticidade com o processo de envelhecimento ou até mesmo em idades mais jovens, levando a que a gordura se acumule, em quantidades variáveis, na região cervical superior ou submentoniana», esclarece António Conde, cirurgião plástico.

Antes dos 30 anos pode também surgir o duplo queixo devido a uma acumulação de gordura nessa região mas sem que denote flacidez no músculo. Esta situação causa «grande sofrimento aos doentes, que os leva a procurar a melhor solução», acrescenta o especialista. Nestes casos, pode recorrer-se ao lifting cervical, à lipoaspiração ou a ambas em simultâneo.

Estas técnicas permitem a remoção do tecido cutâneo e/ou de gordura subcutânea em excesso e assim resolver o problema. «Não aconselho os doentes a recorrerem a técnicas milagrosas que prometem resultados fantásticos sem terem de se submeter a atos cirúrgicos», defende António Conde. No que se refere aos cuidados pós-operatórios, recomenda-se o uso de uma compressa elástica na área intervencionada por períodos de 8 a 15 dias.

«Pode ser necessário recorrer a tratamentos fisioestéticos durante um mês, bem como à aplicação de cremes apropriados e à proteção solar muito elevada», adianta ainda o cirurgião plástico. Em relação aos resultados esperados, mantendo uma vida regrada no que respeita a hábitos alimentares, à atividade física, à proteção solar, ao uso de cremes nutritivos e hidratantes, «os resultados podem durar muitos anos se o doente quiser», acrescenta António Conde.

O regresso à vida normal não é complicado. Em apenas uma semana o paciente poderá retomar a sua vida profissional e voltar a praticar exercício físico após 15 dias. No que se refere ao preço, esta intervenção «poderá custar de 2.500 € a 3.000 € quando executada em ambulatório e se for feita somente lipoaspiração. se se recorrer ao lifting cervical, o preço duplica», esclarece o cirurgião plástico.

Texto: Cláudia Pinto com António Conde (cirurgião plástico)