O que podemos dizer é: há que haver bom senso... conta, peso e medida! De facto, a panóplia de tratamentos é vasta e nem todos se adequam a todas as pessoas e a todas as situações. O mais
importante a reter é que essa diversidade permite-nos melhorar substancialmente muitos dos aspetos que nos estão a desagradar, sem que haja mudanças demasiado drásticas.

As principais “ armas” terapêuticas são o ácido hialurónico, a toxina botulinica (que ainda é temida por muitos) e os tratamentos mais superficiais como o peeling químico. A confusão normalmente instala-se nesta fase: o que é que dá volume? Onde se aplica a toxina botulinica? Ninguém quer o rosto paralisado.

Há conceitos importantes a esclarecer:

- o tratamento com a toxina botulínica, vulgo botox, não “obriga” a uma paralisação muscular total. Num primeiro tratamento, quando há muitos receios e más experiencias no núcleo de amigos próximo, o ideal é fazer um tratamento mais leve, que não aprisione demasiado a expressão, mas que apazigue as rugas.

- o tratamento com a toxina não deve abranger os lábios nem os dois terços inferiores da face. Por isso não há que recear alteração da força, da continência labial.

- o ácido hialurónico não obriga a alteração ou aumento de volume no rosto. Há tratamentos com ácido hialurónico, de baixa densidade que, embora não interferindo com volumes das diferentes regiões do rosto, “ transformam” literalmente a nossa pele, conferindo-lhe uma textura mais suave, um aspeto mais saudável e uniforme e aumento da firmeza (pelo estimulo da síntese de colagénio). Este é um dos tratamentos mais populares e é igualmente interessante para mulheres e homens.

- mas se pretendermos alterar volumes, diminuir os sulcos em redor do nariz e boca, aumentar ligeiramente o lábio, podemos fazê-lo e sem medo. Tudo deve ser feito com bom senso e ouvindo qual é a preocupação. Estamos sempre a tempo de pôr mais volume, logo não precisamos de exagerar. Os resultados são muito gratificantes.

- Por último, há que desmistificar também o peeling químico. Ninguém fica em casa porque fez um peeling químico. Há tratamentos adequados para todos os pacientes. Obviamente que, para não haver repercussões na vida quotidiana, o peeling não poderá ser drástico, mas isso não significa que não tenha o seu efeito. Quando a disponibilidade é maior e temos mais dias para recuperar, poderemos ir um pouco mais além e assim o resultado “chega” mais rápido, mas conseguimo-lo das duas maneiras.

Os tratamentos faciais são um importante complemento da saúde e vitalidade do nosso rosto, ajudam a prevenir e a retardar os sinais de envelhecimento. Com moderação e procurando ir sempre de encontro ao que é desejado pela(o) paciente, os resultados são invariavelmente muito gratificantes.

Os conselhos são da médica Ana Silva Guerra, especialista em Cirurgia Plástica e Reconstrutiva.