São áreas de pigmentação mais escura na região periorbitária. Afetam mais frequentemente as mulheres e envolvem de um modo geral, os dois olhos. São, em regra, mais alargadas na pálpebra inferior, podendo, nos casos mais graves, abranger ambas as pálpebras até ao rebordo orbitário onde se localizam as sobrancelhas, e à região malar e temporal onde se encontram as maças do rosto e o limite lateral da face.

A idade de aparecimento ronda os 16-25 anos. Há uma tendência familiar reconhecida e em certos grupos étnicos este problema é mais acentuado.

As causas?

Ainda não está bem compreendida a causa das olheiras. Excesso de pigmento cutâneo ou fragilidade vascular dos pequenos vasos da região palpebral são as principais hipóteses etiológicas. Existem, contudo, múltiplos factores que parecem contribuir para o aparecimento desta alteração, que não sendo considerada patológica é, com certeza inestética e causadora de grande perturbação para muitas pacientes. A genética (há uma clara tendência familiar), os problemas alérgicos (que desencadeiam uma hiperpigmentação inflamatória reativa), a anemia, o stress, a vida agitada e má higiene do sono, a flacidez e fragilidade cutâneas decorrentes do envelhecimentos são os principais factores contribuintes. Recentemente, foi observado que nas pacientes com falta de visão e que não usam meios de correção (óculos ou lentes de contacto) este problema pode ser mais acentuado, graças ao esforço acrescido dos músculos da região periorbitária.

Tratamento?

Diversos tratamentos foram propostos, com maior ou menor sucesso. O tratamento deve ser individualizado para cada paciente, uma vez que é frequente a combinação de opções terapêuticas. Merecem especial destaque, o tratamento não cirúrgico com ácido hialurónico e o tratamento mais invasivo, cirúrgico, que corresponde ao autoenxerto de gordura sob a forma de micro e/ou nanoenxerto. Desde que corretamente aplicados estes tratamentos conferem uma melhoria da qualidade da pele localmente, fortalecendo-a e melhorando a hiperpigmentação.

Por Ana Silva Guerra

Cirurgiã plástica