A gordura do organismo está depositada nas células gordas, que têm a capacidade de aumentar ou de diminuir de volume, de acordo com a maior ou menor quantidade de gordura absorvida no seu interior.
Vários locais do corpo servem de acumulação para estas células. A maior parte do tecido gorduroso (ou adiposo) deposita-se por baixo da pele, na camada denominada de subcutânea.
Existem, no entanto, outras regiões que também servem de depósito, como por exemplo, o interior da cavidade abdominal, entre as alças intestinais.
O grau de adiposidade de uma pessoa depende de vários elementos, podemos destacar os factores genéticos, o tipo de alimentação, e o estilo de vida.
No entanto, os factores genéticos são, sem dúvida, elementos importantes no desencadeamento de um depósito maior ou menor de gordura.
O tipo de alimentação também é um factor importante, pois um mau hábito alimentar pode desencadear uma grande acumulação de gordura. Um estilo de vida que inclua o exercício físico, associado a uma alimentação equilibrada, vai proporcionar uma melhor qualidade de vida, desencadeando a queima de gordura.
Por outro lado, existem depósitos de gordura localizados em determinadas regiões do organismo que, mesmo seguindo à risca regimes alimentares específicos, exercícios, mesmo localizados, e ainda cuidados estéticos, dificilmente são capazes de serem corrigidos.
Um dos exemplos clássicos é a região abdominal inferior, por baixo do umbigo. À medida que a pessoa envelhece esta gordura tende a aumentar, formando uma saliência mais ou menos proeminente. A região dos quadris é outra zona que também é propícia à acumulação de gordura.
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Lipoaspiração/Lipoescultura
Durante muito tempo o tratamento médico para este tipo de alteração funcional e estética foi bastante difícil, pois era realizado com técnicas precárias.
A lipoaspiração foi introduzida no ambiente médico-cirúrgico no final da década de 70 e começou a ser utilizada por uma sociedade de cirurgia plástica no início de 80. Hoje em dia, é a cirurgia plástica mais realizada no mundo inteiro.
A lipoaspiração consiste na introdução de uma cânula metálica no subcutâneo que, ligada a um aparelho, aspira quantidades de gordura. À medida que a cânula é movimentada no interior da zona de acumulação de gordura, esta é absorvida para dentro da cânula e retirada. Com esta cirurgia existe a possibilidade de retirar maior ou menor quantidade de gordura.
No entanto, hoje em dia o termo mais correcto para classificar uma lipoaspiração é o termo lipoescultura, segundo o Dr. Biscaia Fraga. “A lipoescultura vai esculpir o tecido adiposo, por subtracção, por adição ou modificação da própria gordura. Por exemplo, quando se quer retirar gordura por baixo do umbigo, apenas a lipoaspiração teria um mau resultado. O médico terá que realizar uma lipoescultura subtractiva e uma lipoescultura aditiva, para que o resultado seja o mais harmonioso possível”, descreve o cirurgião plástico.
Para simplificar, podemos dizer que, assim como pode ser feita apenas uma lipoaspiração (retirar gordura), essa mesma gordura retirada pode ser reinjectada noutras zonas do corpo.
O Dr. Biscaia Fraga explica que “a injecção da própria gordura do paciente noutros locais que se querem esculpir é uma das formas mais naturais e eficazes de rejuvenescimento.
"A gordura injectada modificada não só vai preencher, mas também rejuvenescer, pois contém células matriciais, que têm a capacidade de se adaptarem. Por exemplo, se aplicada numa zona de cartilagem ou zona óssea, essas células têm a possibilidade de se transformarem em células de cartilagem ou ósseas”.
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A Técnica Tumescente
A técnica tumescente é um método relativamente novo de lipoaspiração/lipoescultura que pode reduzir o trauma da cirurgia, o inchaço e a dor, assim como os hematomas.
Com esta técnica a perda de sangue é bastante reduzida durante a cirurgia. As áreas de gordura localizada são injectadas com uma grande quantidade de líquido anestésico antes da lipoaspiração/lipoescultura ser executada. O líquido faz com que os compartimentos de gordura inchem, ficando assim mais firmes ou "entumescidos".
Os compartimentos assim expandidos permitem que a cânula de lipoaspiração trabalhe suavemente por baixo da pele, enquanto a gordura é removida. Através do líquido é injectado o anestésico e também epinefrina, que elimina a dor e diminui o sangramento. Anestesia
Vários tipos de anestesia podem ser usadas para procedimentos de lipoaspiração/lipoescultura. Juntamente com o cirurgião será seleccionado o tipo de anestesia indicada para cada paciente.
No entanto, “com a evolução e melhoria das técnicas, quer de anestesia, quer de instrumentos, os riscos diminuíram nos últimos dez anos. Mais de 98 por cento das lipoesculturas, hoje em dia, são feitas em regime ambulatório com anestesia local, diminuindo os riscos das anestesias clássicas.
A perda de sangue durante um procedimento deste tipo diminuiu bastante devido à anestesia com aplicação de soro fisiológico. Isto tudo fez ainda com que este tipo de cirurgias ficasse mais acessível em termos monetários”, explica o Dr. Biscaia Fraga.
“Mesmo quando o procedimento é muito prolongado e extenso, a anestesia local pode ser uma opção, mas tudo isto terá que ser estudado pelo médico e o paciente. Tudo dependendo se o paciente tem condições psicológicas e tranquilidade para suportar o procedimento cirúrgico, optando-se então pela anestesia indicada para cada caso: local, geral ou outra”, refere o especialista.
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Complicações da cirurgia
A lipoaspiração/lipoescultura é normalmente segura, desde que os pacientes sejam cuidadosamente avaliados, e a cirurgia seja realizada num centro médico dotado de todos os equipamentos de segurança necessários e exigidos pela medicina moderna.
Um cirurgião treinado e motivado para o tratamento estético também é prioritário. A consulta inicial com o cirurgião plástico é igualmente importante para que se possam diminuir as complicações.
O cirurgião ouvirá a história médica completa e avaliará o caso, tanto do ponto de vista da cirurgia proposta, como do ponto de vista clínico. O cirurgião explicará também as técnicas e a anestesia que usará, e o tipo de local onde a cirurgia será executada, assim como os riscos envolvidos. Só assim se poderão evitar as complicações pós-cirurgia.
“Hoje em dia os hematomas são raros, mas podem surgir, assim como uma infecção, também algo raro. Uma outra complicação é o facto de a pele não se adaptar à escultura, e ficar mais flácida”, refere o Dr. Biscaia Fraga. No entanto, algumas complicações podem ser corrigidas após a lipoescultura, ou passado alguns meses.
As complicações da anestesia “prendem-se com alergias ao anestésico”, explica o especialista. Em todas estas situações de complicações é importante ter-se em consideração a avaliação que o cirurgião faz do paciente e o seu historial médico. O extremo cuidado pode ajudar a evitar complicações mais ou menos severas.
Existem várias técnicas para se realizar uma lipoescultura. O Dr. Biscaia Fraga explica que “os cirurgiões plásticos têm que dominar as múltiplas técnicas existentes e adaptá-las a cada caso, e não o contrário. Saiba mais na próxima página
Voltar a engordar
As acumulações de gordura, em certas zonas do corpo, surgem porque temos as células adiposas, que fazem com que o nosso peso e volume aumentem e/ou diminuam constantemente.
Segundo o especialista Biscaia Fraga, “nas zonas lipoaspiradas adequadamente, a possibilidade de engordar nestas zonas é menor, pois nesse local existirão agora menos células adiposas, que só têm capacidade de aumentar ou diminuir e não de se multiplicar”.
Regiões onde pode ser usada esta técnica
- Pescoço (papada)
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Indicações
Os melhores candidatos para a lipoaspiração/lipoescultura são homens ou mulheres que estão em boa forma física, que já corrigiram o excesso de peso, têm bons hábitos alimentares e praticam exercício físico.
A lipoaspiração/lipoescultura ajuda a recuperar a forma, e quanto menor for a quantidade de gordura que precisa de ser retirada, melhores serão os resultados.
Em relação à idade, o Dr. Biscaia Fraga explica, “o mais importante não é a idade, mas a condição da pele do paciente, o seu estado de saúde, assim como as consequências psicológicas que podem advir de fazer ou não a cirurgia. A idade ideal seria a partir dos 17 anos, altura em que se considera que o corpo se aproxima do seu estado de adulto. Mas em casos de sofrimento psicológico podemos abrir excepções. Assim, para mim não há idade ideal, mas sim uma conjugação de vários factores.”
Cuidados no pré-operatório
O paciente deverá informar o cirurgião sobre vários assuntos: se tem alergias; se toma vitaminas; medicamentos; se consome álcool ou outras drogas, e se fuma.
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Recomendações e observações após a cirurgia
- Repouso total durante 2 dias.
Fotografia:Biotherm
Agradecimentos:Dr. Biscaia Fraga, especialista de cirurgia plástica Rec. e Estética. Director dos serviços de cirurgia plástica maxilo-facial e estomatologia do Hospital Central. Centro Internacional de Cirurgia Plástica e Estética.
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