O afastamento dos casais, que ocorre por diversos motivos, pode levar um dos parceiros a cair num caso de traição. Um estudo realizado pela Universidade de Montreal, no Canadá, revelou que as mulheres que estavam insatisfeitas no seu relacionamento, eram duas vezes mais propensas a trair. «Uma relação extraconjugal é, muitas vezes, uma massagem ao ego», refere o sexólogo Fernando Mesquita.

«Todos nós, em maior ou menor grau, temos uma necessidade inata de querermos ser amados, desejados e cuidados», afirma ainda. Em alguns casais, a infidelidade pode ser o motivo da sua dissolução, mas, noutros, poderá ser encarada como uma oportunidade para mudar. «Muitas vezes, quando um casal procura ajuda devido a uma traição, são notórias as dificuldades comunicacionais, de confiança e respeito no casal», revela ainda o sexólogo.

Maria do Céu Santo, especialista em medicina sexual, revela que nos casos que acompanha no seu consultório, já viu muitas mulheres melhorarem a sua relação, depois da suspeita de um caso de infidelidade. «Há mulheres que não suportam de maneira nenhuma uma traição e dizem já não conseguir voltar a confiar no seu parceiro, mas há outras que, quando desconfiam de uma eventual traição, querem lutar pelo seu parceiro», revela.

As mulheres têm maior dificuldade em perdoar

O processo de recuperação de uma traição pode ser, no entanto, longo e doloroso. «Alguns estudos referem que as mulheres têm mais dificuldade em aceitar uma traição emocional que física ou puramente sexual. Apesar disso, a descoberta de uma traição provoca, geralmente, na pessoa traída, um enorme sofrimento, diminuição da autoestima, depressão, afastamento social e, em casos extremos, falta de vontade de viver», sublinha o sexólogo.

«Estes fatores influenciam a capacidade de raciocínio e, consequentemente, dificultam a tomada de decisões, pelo que, muitas vezes, é importante a ajuda de um psicólogo», recomenda ainda o especialista. De acordo com estudos internacionais, em média, um homem em cada cinco tende a trair regularmente a cara-metade. Nas mulheres, a proporção é menor, mas tem vindo a aumentar.

Texto: Sofia Santos Cardoso com Filipa Basílio da Silva, Madalena Baptista, Margarida Figueiredo e Rita Caetano