Quanto mais experiência e idade têm as mulheres, mais elaboradas e sofisticadas são as suas fantasias. Esta é uma das conclusões do estudo sobre fantasias e tendências sexuais femininas por idades, necessidades e situações, realizado pela Dolce Love em colaboração com Valérie Tasso, reconhecida sexóloga, investigadora e escritora francesa.
“Uma mulher com experiência tem menos medo de si mesma que uma mulher mais jovem que ainda não acumulou bagagem sexual suficiente ou ainda está a experimentar e não sabe muito bem do que gosta ou não gosta”, explica Valérie Tasso.
De acordo com o estudo promovido pela Dolce Love, a primeira parafarmácia erótica do mundo que realiza um trabalho contínuo na área da saúde e dos cuidados eróticos, não existem grandes diferenças entre as mulheres com 30/40 anos e as com 40/50 anos. As diferenças são geralmente mais notáveis entre as idades 20/30 e 50/60 anos.
As principais fantasias das mulheres entre 30 e os 40 anos incluem ter sexo com desconhecidos, trios e fantasias com personagens famosos. Entre os 40 e 50 anos destacam-se ter sexo em sítios pouco comuns (por exemplo, hospitais), cenários sexuais de outras épocas históricas e fantasias com homens de grande diferença etária, geralmente mais jovens. Ponto comum são a dominação, submissão, relações lésbicas e orgias.
Fantasia versus desejo
As mulheres com 20/30 anos têm fantasias muito “genitalizadas” e influenciadas por tudo o que observam ou lêem – por exemplo, cinema, revistas, etc. -, enquanto as fantasias de uma mulher de 50/60 anos se podem apoiar em experiências anteriores “para montar o filme”, explica Valérie Tasso.
Há a destacar o facto de não ser tanto na temática das fantasias sexuais que se notam as diferenças entre uma mulher de 25 e outra de 55 anos mas mais como a mulher desenvolve este tema. Por outro lado, há a sublinhar uma ideia evidenciada por este estudo: uma jovem de 25 anos pode pensar numa fantasia mas, no fundo, o que lhe ocorre é um desejo.
O erotismo de uma jovem de 25 anos apenas vem de “modelos externos”, do que é transmitido à sua volta, desde o exterior, enquanto uma mulher de 55 anos não se deixa influenciar tanto pelo “erotismo inculcado”, este parte de dentro dela própria e não das modas, de que são exemplo as revistas que ensinam a ter um tipo de corpo e o qualificam de “erótico”. Este erotismo “comercializado” influencia com mais facilidade uma jovem de 25 anos. Conclui-se assim que o erotismo não se ensina, é algo que parte da própria pessoa e o que erotiza determinadas mulheres pode não erotizar outras.
É sempre complexo abordar este tema porque, ao ser tabu, nos movimentamos num terreno bastante “escorregadio”. As estatísticas relativamente a esta situação nem sempre são fidedignas, há que reconhecer a biografia de cada mulher para compreender se se atrevem a “confessar” as suas fantasias ou se as “camuflam” com certos desejos.
O sexo não compreende normas e isso é bom mas também o mais complicado e fascinante do Comportamento Sexual Humano. Estabelecer “categorias” é “criar normas”, colocar um espartilho demasiado apertado a uma sexualidade humana demasiado “ampla”. Estabelecer categorias é “homogeneizar” o ser humano em grupos.
Imaginário erótico influencia sexualidade
Para ter uma boa vida sexual há que a trabalhar, conservar e alimentar e a melhor ferramenta reside nas fantasias sexuais. Tal como explica Valérie Tasso, “da mesma forma que trabalhamos o nosso corpo, através de exercícios físicos, ao ar livre ou em ginásio, ou a nossa memória, com palavras cruzadas e sudokus, para ter uma sexualidade em plena forma, há que ter um imaginário erótico muito rico. Para isso, temos que trabalhar esse imaginário de forma permanente. Se não o fizermos, caímos em letargia. E as fantasias sexuais são o “fertilizante” necessário para uma sexualidade prazerosa”.
Ainda segundo a sexóloga da Dolce Love, “todas as mulheres têm fantasias sexuais. Outra coisa é as confessarem. Porque o que geralmente carateriza uma fantasia é justamente o seu lado transgressor ou seja, “amoral”, pelo que “confessar” uma fantasia não somente faz perder a eficácia ao colocá-la em “palavra”, como também é como dizer: “olha que mal estou que até sou capaz de pensar estas coisas…””
Por este motivo, na maioria dos casos, o que as mulheres confessam são desejos, aqueles estímulos que podem chegar a converter-se numa conduta, já que ainda acreditam que aquilo que são capazes de imaginar é o que realmente desejam. Isto leva-as a viver a fantasia como uma depravação do seu comportamento. “É falso, evidentemente. Os sexólogos sabem muito bem. Mas as mulheres, perseguidas desde sempre, ainda confundem ambos os conceitos: desejo e fantasia”, conclui Valérie Tasso.
As fantasias sexuais são o grande tabu do século XXI porque nos ensinaram que aquilo que somos capazes de imaginar é o que desejamos de verdade.
Principais fantasias das mulheres entre os 30 e 40 anos
- Ter sexo com desconhecidos
- Dominação
- Submissão
- Relações lésbicas
- Trios
- Orgias
- Fantasias com personagens famosos
Principais fantasias das mulheres entre os 40 e 50 anos
- Dominação
- Submissão
- Relações lésbicas
- Orgias
- Ter sexo em sítios incomuns (hospitais, por exemplo…)
- Fantasias em cenários sexuais de outras épocas históricas
- Fantasias com homens com grande diferença de idade (neste caso, com homens mais jovens)
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