Kuang-Yi Ku, um dentista gay de Taiwan entretanto convertido em artista plástico, não tem papas na língua nem qualquer pingo de mostéstia no que se refere à sua nova invenção. «Criei uma prótese dentária para a minha boca para fazer sexo oral», assume, sem rodeios. O protótipo pode ser visto no laboratório da Escola Dentária do King’s College London em Londres no âmbito do «Fellatio Modification Project», projeto que integra a exposição «Mouthy: Into the Orifice».
A iniciativa integra uma exposição patente ao público Science Gallery, que apresenta uma série de criações que resultaram de colaborações entre artistas e cientistas. «A ortodôncia considera habitualmente três funções para a cavidade oral, a mastigação, a articulação de vocábulos e a componente estética, mas há uma outra, a sexual, que nunca vem mencionada nos livros», critica Kuang-Yi Ku, autor do novo aparelho odontológico.
Um dispositivo bucal em silicone que, assegura, garante uma experiência sexual mais intensa aos homens que beneficiem de sexo oral. À semelhança do procedimento exigido para os implantes dentários, o processo obriga à construção de um molde personalizado depois de se obter uma cópia exatada da dentição do futuro utilizador. Depois, a prótese leva uma camada fina de termoplástico e é complementada com protuberâncias de borracha.
As inovações atualmente em marcha não se ficam, contudo, por aqui. Além da possibilidade de vir a forrar as próteses dentárias de tecido epidérmico real para não magoarem a boca ou de afixar diretamente as protuberâncias de borracha nos dentes para proporcionar maior prazer durante a felação, já estão a ser feitas experiências para criar vaginas em laboratório, para ajudar mulheres com disfunções a recuperar a função sexual normal.
Texto: Luis Batista Gonçalves
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