Há que encontrar as respostas mais eficazes para melhorar as competências de comunicação, a capacidade de estabelecer relações saudáveis e positivas, bem como ser capaz de entender o outro e fazer-se entender. Eis alguns dos desafios que podem surgir em níveis superiores de escolaridade:

1. Conversar

Um possível cenário: Alguns colegas vão ao cinema e convidam o jovem para os acompanhar. Quando o filme termina, perguntam-lhe o que achou. O jovem responde: "Foi ok", sentindo-se preocupado pelo facto de não conseguir acompanhar a conversa e, consequentemente, pelo facto de poder ser visto pelos amigos como uma pessoa estranha e menos capaz. O medo de falhar, aliado a um sentimento permanente relacionado com falta de segurança, pode levá-lo a fechar-se ao diálogo, ou mesmo a situações de maior isolamento. 

É importante ter presente que, quanto maior é o isolamento, menor se torna a vontade de conversar. É importante criar situações externas ao contexto académico que aumentem a sua autoconfiança, que o ajudem a compreender que para melhorar é preciso falhar. Utilizar os seus pontos de interesse para desenvolver estas competências pode ser uma estratégia. No entanto, estamos numa fase de desenvolvimento em que o jovem adulto poderá sentir necessidade de conversar com alguém externo ao contexto familiar. É importante estar atento a estes sinais e ajudá-lo a procurar esse caminho. 

2. Saber lidar com a competição

Um possível cenário: O adolescente passa, por exemplo, a maior parte do tempo de ginásio a desafiar outros rapazes para ver quem consegue levantar mais peso. Ele goza quando as outras pessoas se recusam, mas quando é derrotado exagera na reação, “explodindo”. O sentimento de derrota provoca-lhe desilusão e revolta em relação às suas capacidades. 

É importante incentivar a competição saudável pois, entendendo a vida como uma permanente competição, muitas vezes até connosco, é fundamental que seja encarada de forma natural e construtiva.

3. Saber lidar com o constrangimento

Um possível cenário: O jovem é chamado ao quadro para resolver um problema de geometria. Tem perfeita noção de que não vai ser bem sucedido e, por isso, em vez de procurar resolver o problema, escreve "a matemática é uma chatice". Todos se riem, menos a professora que o repreende. Logo depois sente-se, por um lado, mal por ter tido aquela atitude e, por outro lado, por ter exposto as suas dificuldades em Matemática em frente a toda a turma.

É importante ter presente que todos temos momentos de constrangimento e também saber lidar com eles de forma o mais natural, procurando aceitar as nossas dificuldades, por um lado, e valorizar as nossas capacidades, por outro.

4. Saber lidar com a insegurança

Um possível cenário: Uma colega pergunta a uma jovem se quer ir a um evento organizado pela universidade, não incluindo os pais no convite. A insegurança leva-a a rejeitar o convite, alegando já ter planos para aquela noite. A jovem pode sentir-se ansiosa, e ao mesmo tempo envergonhada por estar tão dependente da família. Nervosa, teme ficar mal vista perante os colegas de turma.

É importante identificar as situações em que se sente mais insegura e perceber se há razões reais para tal. Explorar competências relacionadas com a autonomia e independência é também fundamental para contribuir para a diminuição dos níveis de ansiedade nestas e noutras situações.

Artigo publicado por SEI - CENTRO DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM