Sim, é terrivelmente barulhenta e a letra faz corar os mais descarados. Sabe aquela música que os seus filhos andam a ouvir em repeat com expressões em espanhol? Aquela da qual já não suporta nem mais uma nota? Pois…o melhor é ter calma. O que não faltam são pais a queixar-se da música que os filhos adolescentes ouvem, acusando as letras de serem sexistas e até incitadoras da violência. A verdade é que nada disto é novo e, embora possa já ter esquecido, você também andou por ali…
Quer saber se há alguma coisa que possa fazer para educar o gosto musical dos seus filhos? A psicóloga e pedagoga Nuria Llorente Sáez explicou ao El Mundo que proibir não é a solução, “até porque não podemos (e não devemos) controlar as vidas deles 24 horas por dia”. Certo. E qual a receita? “Educar para o respeito, tolerância e igualdade”. Mas como é que isso se faz sem enlouquecer? Ora veja:
1. Dê o exemplo
Seja o modelo dos seus filhos, aconselha Nuria Llorente Sáez. “Não basta dizer que homens e mulheres são iguais; aja sempre com base nessa ideia”.
2. Atue com naturalidade
Trate o assunto com desenvoltura, estabelecendo fóruns de discussão familiar saudável, onde podem debater a razão das letras que a chocam, a sua origem e a necessidade de questionar essas ideias.
3. Fomente o espírito crítico
Promova o espírito crítico dos miúdos desde a infância. “Quando começam a comunicar connosco, é hora de fundamentar as decisões que tomamos e explicar-lhes que podem argumentar a favor ou contra. O objetivo não é que decidam sobre certas questões para as quais claramente não estão preparados, mas que consigam questionar qualquer mensagem e avaliar se é certa ou errada.”
4. Não ignore o tema da sexualidade
Eduque de forma responsável, explicando que homens e mulheres podem e devem escolher e decidir livremente, “evitando papéis machistas e estereótipos violentos”.
5. Cultive a autoestima deles
Promova o amor próprio dos seus filhos. “A receita é amá-los incondicionalmente para que eles se sintam bem consigo próprios”. Desta forma, “serão capazes de eliminar o que não querem na sua vida”.
6. Procure outras opções
Ofereça alternativas. É importante que eles tenham acesso a outros tipos de música. Se costuma ouvir música em casa, é natural que vão aí buscar alguma influência.
Núria Llorente Sáez diz que “às vezes, os pais estão tão concentrados em impor limites aos adolescentes que se esquecem de como eram naquela idade”. Lembre-se: esta é a fase da vida em que o diálogo, a escuta e o consenso devem prevalecer entre as partes. “É na adolescência que nos identificamos mais facilmente com as mensagens transmitidas pela música que ouvimos, e isso influencia o desenvolvimento da nossa identidade como seres humanos. Por esta razão, os pais devem promover o diálogo e assegurar-se – mas de forma tranquila – que os filhos conseguem filtrar o que ouvem”, remata a psicóloga.
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