Os auscultadores tornaram-se tão populares que é raro ver um adolescente na rua sem um par deles nos ouvidos. O problema é que estes dispositivos, usados todos os dias e intensamente pelos miúdos, podem provocar micoses e até infeções graves, como otites e sinusites, por causa da sujidade que vão acumulando. Uma investigação da Universidade de Campinas, no Brasil, constatou que os populares phones poder conter até 10 mil fungos e bactérias.

O estudo foi feito com auscultadores que se encaixam na orelha e também com modelos que têm contato apenas com a parte externa. Em 87% dos objetos foram encontrados altos níveis de contaminação que incluiam a bactéria staphylococcus aureus, que pode levar a infeções de pele e também das vias aéreas superiores.

Entre os fungos detetados, os do grupo candida são os mais preocupantes, de acordo com os pesquisadores, que foram surpreendidos pela alta quantidade de microrganismos presentes nos objetos. Esses fungos são difíceis de tratar e podem afetar alguns órgãos do ouvido, provocando doenças em indivíduo com imunidade baixa.

O uso frequente de phones (tal como de cotonetes) pode reduzir a cera do ouvido, deixando-o sem defesas. A cera é uma proteção natural que serve para impedir a entrada de fungos e bactérias.

O estudo mostra que os auscultadores de encaixe interno entram em contato com essa cera e, quando não são limpos corretamente, largam micro-organismos que podem ser prejudiciais à saúde. Por estarem enfiados nos ouvidos, o canal auricular fica abafado e com uma temperatura propícia à proliferação de fungos e bactérias. Se o ouvido estiver com pouca cera e o organismo com a imunidade reduzida, os fungos e bactérias podem levar a doenças como as otites.

Para evitar as contaminações, os cientistas recomendam a limpeza dos phones com álcool isopropílico, indicado para aparelhos eletrónicos. A higienização deve ser feita com um cotonete ou algodão embebido com o produto e passado nas partes do aparelho que ficam em contato com a orelha.

Esta limpeza dever ser feita diariamente, antes e depois do uso.

Os cientistas também não recomendam a partilha dos dispositivos, pois é um hábito que pode favorecer as infeções.

De qualquer forma, fique atento se o seu filho se queixar de dores de ouvidos, incómodo ou sensação de diminuição de audição. O melhor é procurar um otorrino para que sejam feitos exames e o diagnóstico.