“Tivemos escolas que não abriram. Algumas escolas do 1.º Ciclo funcionaram, mas os pais tiveram de ir buscar os meninos para lhes dar o almoço e levá-los novamente a seguir, o que lhes causa um grande transtorno”, disse à agência Lusa o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima.

De acordo com a mesma fonte, nas escolas secundárias que não tiveram de fechar os alunos já foram prevenidos e levaram o almoço de casa ou almoçaram no café junto à escola.

Como são os almoços nas escolas no resto do mundo?
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“Viveu-se uma situação anormal no dia de hoje em muitas escolas”, referiu Filinto Lima, lembrando que os funcionários das cantinas “são muito poucos”, pelo que basta faltar um para impedir o normal funcionamento do espaço.

“Se faltasse hoje um funcionário, as cantinas não podiam abrir. Temos alertado muito para esta situação”, acrescentou.

Os trabalhadores da hotelaria, alimentação e bebidas iniciam hoje uma quinzena de luta, que começa com uma greve nas cantinas das escolas, empresas, hospitais e serviços do Estado, em defesa de aumentos salariais e salvaguarda de direitos.

Cerca de 50 trabalhadores das cantinas da região norte que hoje cumprem greve concentraram-se junto às instalações da AHRESP, no Porto, exigindo aumentos salariais "dignos", que permitam “repor o poder de compra perdido entre 2010 e 2017”.

“Na região Norte mais de 90 cantinas escolares estão encerradas, no Centro mais de 80. Há vários institutos públicos e do Setor Empresarial do Estado [com cantinas] encerradas. Ainda não temos informação global sobre a greve, mas é maior do que a do dia 02 de novembro no Norte e também a maior greve de sempre no que toca ao setor escolar”, disse aos jornalistas o dirigente sindical Francisco Figueiredo.