Ter ovários poliquísticos significa ter um grande número de folículos de pequeno tamanho (inferiores a 10 mm) nos ovários em estado de repouso, muito superior ao número existente em ovários livres deste problema.

Ciclos menstruais irregulares, excesso de pilosidade, queda de cabelo, sobretudo, na zona temporal, acne, obesidade, hipertensão arterial e alteração do metabolismo da glicose são os sintomas mais comuns. A síndrome dos ovários poliquísticos é a causa mais comum de infertilidade anovulatória (ausência de ovulação) e pode estar também associado a um aumento do risco cardiovascular em casos de obesidade, hipertensão arterial e alteração do metabolismo da glicose.

“Os primeiros sintomas de síndrome dos ovários poliquísticos” costumam surgir na puberdade, mas a maioria das adolescentes acaba por desvalorizá-los, considerando-os “normais”, relembra Cláudia Vasconcelos Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade). “Por norma as mulheres só procuram o médico especialista anos depois dos primeiros sintomas, quando tentam engravidar e se deparam com o insucesso”, acrescenta.

A causa para a doença não é totalmente conhecida, mas estima-se que se deva sobretudo a fatores genéticos. “Entre outras doenças, a SOP implica, muitas vezes, na idade adulta, um aumento do risco de diabetes tipo 2 e de doenças cardiovasculares, por isso, é cada vez mais importante que o diagnóstico desta síndrome seja feito precocemente, quando surgem os primeiros sinais e sintomas”, adianta a presidente da APFertilidade.

Doença não tem cura

O diagnóstico é feito através de uma ecografia e de outros exames complementares de diagnóstico recomendados pelo médico. A mulher com SOP deve efetuar medicação inibidora dos androgénios, para não sofrer insuficiência prematura do ovário.

Quando desejar engravidar, e se tal não ocorrer espontaneamente, após a paragem da medicação, deve efetuar uma laparoscopia para cauterizar os quistos. Nos casos mais ligeiros, é suficiente a medicação com análogos da GnRH.

A síndrome não tem cura, pelo que a maioria dos tratamentos são de efeito estético e não terapêutico. Exercício físico regular, dieta, uso de pílula anticoncepcional específica para SOP, hipoglicemiantes orais ou outros fármacos indicados para o quadro clínico metabólico em causa, fármacos específicos para limitar o excesso de testosterona ou a ação da testosterona, uso de estimulantes da menstruação e psicoterapia são as principais recomendações.

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