A greve foi convocada pelos sindicatos afetos à CGTP e à UGT, para exigir a integração dos trabalhadores precários, a criação de uma carreira própria e o fim da sua “municipalização”.

Às 08:25 o aglomerado de automóveis em volta da escola e “onde coubesse um carro” indicava já a suspeita dos pais e encarregados de educação de que a escola não iria abrir.

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O movimento habitual de “encostar” para deixar alunos e seguir foi substituído pela procura de lugar de estacionamento, provocando maior engarrafamento de trânsito na Avenida 25 de Abril do que em dias normais.

Junto ao portão principal da escola, centenas de alunos aguardavam por informação para saber se iria haver aulas e olhavam com alguma ansiedade para os professores que ali se encontravam.

João Correia, pai de dois alunos, foi um dos que conseguiu estacionamento numa rua transversal e se dirigiu para a entrada da Secundária José Estevão.

“Já tinha ouvido falar na greve e em casa comentou-se a possibilidade de hoje a escola não abrir, mas temos de esperar que venham cá fora dizer se há aulas ou não”, disse à Lusa.

Passava já das 08:30 quando o diretor da escola, Fernando Delgado, confirmou não ter condições para abrir a escola.

“Só estão quatro funcionários, um dos quais é do apoio aos alunos com necessidades educativas especiais. De manhã deviam entrar 12 funcionários. Não temos condições para acolher os 1.400 alunos e 150 professores que deviam ter aulas esta manhã”, informou o diretor à Lusa.

A maioria dos alunos via passar o tempo com uma alegria indisfarçável, mas também havia alguns preocupados, sobretudo os do 12º ano, porque se aproxima a fase de testes.

Pais e encarregados de educação aguardavam pacificamente pela decisão da direção da escola.

“Há aqui respeito pelo funcionamento democrático e as pessoas reconhecem o direito à greve”, comentou à Lusa Fernando Delgado.

Constatado que a maioria dos funcionários que entrava às 08:15 fez greve, a opção foi esperar um pouco mais por um possível atraso dos que entravam às 08:30, que não se confirmou, para fazer o anúncio de que a escola não abria.

Depois foi o movimento inverso, com nova confusão no trânsito para sair da zona escolar e os alunos que usam transporte público a tentar decifrar no horário das paragens quando teriam novo autocarro para os levar de regresso, a uma hora que não faz parte das suas rotinas diárias.