Com esta autorização, a Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (HFEA) retirou o último obstáculo para permitir a introdução da técnica na medicina, descrita como "pioneira no mundo".
Sally Cheshire, presidente da HFEA, considerou “histórica e importante” a decisão de aprovar a utilização da terapia genética mitocondrial, para evitar a transmissão de uma doença hereditária.
“Tenho a certeza que os doentes prontos a beneficiar desta técnica ficarão encantados”, declarou, adiantando: “Vamos proceder com cautela”.
Como funciona a técnica?
Em traços gerais o embrião recebe uma combinação de ADN de três pessoas: do pai, mãe e doadora. As doenças mitocondriais ocorrem em um em cada 5 mil a 10 mil nascimentos e são causadas por um defeito na mitocôndria materna.
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Para evitar herdar este património genético, a técnica em causa utiliza um óvulo doado. Na verdade, toda a informação genética da mãe é transferida, à exceção da mitocôndria defeituosa. O novo ovo é fertilizado com o esperma do pai e o bebé resultante desta técnica recebe 20.000 genes dos seus pais e apenas 37 genes mitocondriais da mulher doadora.
O governo do Reino Unido, com o apoio do Ministério da Saúde, anunciou em junho de 2014 que apoiava esta técnica de reprodução assistida, valendo-se do relatório do Conselho de Bioética de Nuffield, um órgão independente que faz assessoria ao Governo em questões éticas e médicas.
Resta dizer que a técnica nasceu nos Estados Unidos pelo grupo de investigação de Shoukhrat Mitalipov, do Oregon National Primate Research Center, o mesmo que conseguiu realizar em humanos técnicas de clonagem terapêutica.
A investigação foi depois aprofundada pela Universidade de Newscastle, no Reino Unido, que corroborou as descobertas norte-americanas.
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