O projeto chama-se “Academia Digital para Pais” e destina-se a famílias com crianças do 1.º e 2.º ciclos de escolas inseridas em Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), ou seja, com maiores dificuldades económicas e sociais.
A ideia é trazer os pais de volta à escola para sessões diárias, num total de oito horas, em que aprendem a dominar o essencial da utilização de um computador e da internet, explicou à Lusa fonte da EDP Distribuição, a entidade promotora da iniciativa.
No final, os pais devem conseguir apoiar os filhos no acompanhamento das aulas à distância, mas também na realização dos trabalhos de casa.
Durante as "aulas", os pais vão também aprender a aceder a serviços públicos e privados através da internet, segundo o projeto que é uma parceria com a Direção-Geral da Educação (DGE).
As sessões começam em janeiro e serão professores e jovens alunos que, em regime de voluntariado, vão assumir o papel de formadores.
No universo de 137 escolas TEIP que existem no país, já houve “cerca de 50 agrupamentos de escolas TEIP a manifestarem interesse no programa”, mas as inscrições continuam a decorrer até quarta-feira, referiu à Lusa fonte da EDP Distribuição.
No total, as escolas TEIP são frequentadas por cerca de 87.500 alunos dos 1.º e 2.º ciclos, acrescentou.
O projeto lançado pela EDP Distribuição em parceria com a DGE pretende preparar os pais para conseguirem acompanhar os seus filhos e educandos no ensino à distância, numa altura em que esta é uma hipótese que está sempre em cima da mesa devido à pandemia de covid-19.
“Perante as crescentes dificuldades trazidas pela pandemia, desenvolvemos esta iniciativa para dar um contributo estruturante: dotar as famílias de competências digitais, simples, mas cada vez mais determinantes para o sucesso escolar e profissional. Com a Academia Digital para Pais, ajudamos a reduzir assimetrias no acesso à educação”, explicou João Torres, presidente do Conselho de Administração da EDP Distribuição.
O Ministério da Educação tem defendido que as escolas devem permanecer abertas e que o ensino à distância de forma generalizada será sempre a ultima opção. No entanto, por vezes, alguns alunos ou turmas são enviados para casa devido ao aparecimento de surtos em ambiente escolar.
Na semana passada, começaram a chegar às escolas os primeiros ‘kits’ com computadores e equipamentos de acesso à internet para distribuir por alunos e docentes, no âmbito do projeto do Governo Escola Digital.
Cada ‘kit’ traz um computador portátil, auscultadores com microfone, mochila, ‘hotpsot’ e um cartão que garante a ligação à internet conectividade.
A distribuição começou pelos alunos do ensino secundário mais carenciados (do escalão A da ação social escolar) que estão identificados pelas escolas como não tendo acesso à internet nem equipamentos em casa.
No mês passado, o ministro da Educação prometeu que durante o primeiro período de aulas chegariam os primeiros 100 mil computadores às escolas.
O programa Escola Digital vai custar 400 milhões de euros, mas conta com verbas comunitárias.
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