
A construção da nova ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, está iminente. «O estaleiro já está montado. Vamos começar a obra em 30 dias», revelou esta manhã Sílvia Marques, porta-voz da Associação O Joãozinho, entidade que tem vindo a desenvolver o processo, à margem da inauguração do novo restaurante da cadeia NY Sliders no Amoreiras Shopping Center, em Lisboa. Denominado Um Lugar para o Joãozinho, o projeto está orçamentado em 20 milhões de euros, mais IVA. Além de novas salas de tratamento, apoio e internamento, o equipamento inclui, ainda, uma área de apoio a pais e um espaço para acolher crianças queimadas.
«Será um espaço único na Pensínsula Ibérica. Não temos nenhum em Portugal», assegura Sílvia Marques. «Só nos faltam as paredes e dinheiro para as pagar», referiu ainda aos jornalistas. Para concretizar o projeto, que se arrasta desde 2009, além do apoio das empresas de construção Somague e Lucios, a instituição vai contar também com um donativo da empresa NY Sliders que, em parceria com o chef Vítor Matos, já distinguido pelo Guia Michelin, desenvolveu um menu solidário. Por cada refeição vendida, 50 cêntimos revertem a favor do projeto.
A ação estende-se por seis meses, esperando Alexandre Meireles, sócio da companhia, que o menu especial venha a representar «cerca de 30% da faturação». Vendida a um preço de 7,45 € e disponível nos seis restaurantes da cadeia (o sexto é inaugurado no próximo dia 10 no Rádio Bar, na Praça D. Filipa de Lencastre, na baixa do Porto), a proposta do chef inclui três mini-hambúrgueres, bebida e batatas fritas. Além de um de novilho com queijo da ilha, há um de salmão com molho de Alvarinho e um terceiro de leitão com laranja. Vender 20.000 menus em 24 semanas é o objetivo da empresa.
Atualmente a funcionar em contentores, a ala pediátrica do Hospital de São João é tudo menos funcional. «Quando as crianças precisam de fazer um tratamento de emergência, têm de ir ao hospital. A situação atual obriga a uma deslocação, de ambulância, de uma centena de metros», critica Sílvia Marques. Depois de concluídas, as instalações terão capacidade para receber cerca de um milhão de crianças, adolescentes e jovens até aos 18 anos «de todo o país». «A capacidade será sensivelmente a mesma que temos agora», sublinha a porta-voz da associação.
Texto: Luis Batista Gonçalves
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