“Vamos apresentar uma queixa junto das entidades competentes contra o Colégio. Investimos muito no arranque deste novo ano letivo e não temos qualquer resposta, ou garantia, sobre se o que se pagou será ou não devolvido”, disse à Lusa Cláudia de Faria Bravo.

A porta-voz dos encarregados de educação recordou que cerca de 90 crianças ficaram na segunda-feira sem escola, perante o anúncio de que aquela instituição não iria reabrir este ano letivo, depois de pagos os montantes relativos a inscrição e matrícula, cifrados em 290 euros para o pré-escolar e 330 euros para o primeiro ciclo.

De acordo com aquela encarregada de educação, o Ramalhete ainda não apresentou ainda qualquer solução para a devolução das quantias pagas.

Desde segunda-feira que os pais procuram solução para as crianças, tendo a resposta para 30 alunos chegado já ao final de quarta-feira pela voz do Jardim Flori Externato, também no Porto, que, segundo os encarregados de educação em comunicado, aceitou criar uma nova turma.

“Apresentou aos pais as condições adequadas para proceder à criação de uma nova turma de 15 alunos da primeira classe, todos provenientes do Colégio Ramalhete, e cuja professora será, também a antiga colaboradora daquela instituição”, refere o comunicado hoje divulgado.

Para além desta nova turma, aquela instituição terá também aceitado integrar outras 15 crianças, com idades entre os três e os nove anos, em turmas já existentes, sendo assim possível aos antigos alunos do Ramalhete “retomar o seu percurso escolar de forma imediata”.

Segundo a porta-voz, os encarregados de educação de outros 15 antigos alunos do Ramalhete também já conseguiram vaga para as crianças em três outros estabelecimentos de ensino que se mostraram recetivos.

A primeira informação de que o Ramalhete estaria para não reabrir este ano letivo surgiu no domingo ao final da tarde, pelas 18:40, num ‘email’ enviado aos encarregados de educação das crianças do pré-escolar onde se lia que “por motivo de força maior, totalmente imprevisto e inesperado”, o Colégio não iria poder “receber os alunos” dos três, quatro e cinco anos na segunda-feira, lê-se no documento a que a Lusa teve acesso.

Já na segunda-feira, e pelas 20:24, a direção fez chegar aos encarregados de educação um ‘email’, assumindo que “o Colégio tem enfrentado dificuldades financeiras” que têm vindo a ser combatidas “ao longo dos últimos anos” e que “estava prevista a entrada de um investidor que tornaria viável a continuidade do Colégio” o que “não veio a concretizar-se”.

O colégio dizia ainda estar “inteiramente” disponível “tratar de todos os procedimentos necessários, nomeadamente a transferência dos alunos” para uma nova escola, o que, para os encarregados que ao longo do dia tentaram encontrar alternativas, não se mostra tarefa fácil pela falta de vagas.

Nesse mesmo dia, e horas antes, a diretora do colégio, Cristina Sousa, havia garantido à Lusa que estavam a ser feitos “todos os esforços para a continuidade” do estabelecimento de ensino.

A Lusa tentou ouvir novamente a diretora, mas tal não foi possível até ao momento.