Os pais de uma criança com autismo parecem um terço menos inclinados a ter mais filhos no futuro do que outros pais, revelou um novo estudo publicado esta quarta-feira.
A pesquisa, divulgada no periódico JAMA Psychiatry, da Associação Médica Americana, foi descrita como a primeira a avaliar a influência de se ter um filho com autismo na decisão de ter outros.
O autismo costuma ser diagnosticado nos primeiros três anos de vida da criança estima-se que afete uma em 68 crianças nos Estados Unidos.
As causas deste distúrbio do desenvolvimento neurológico são desconhecidas, mas evidências científicas recentes sugerem que o autismo comece no útero e possa, em algum grau, ser de origem hereditária.
"Embora se tenha postulado que os pais que têm um filho com TEA (transtorno do espectro autista) possam relutar em ter mais crianças, esta é a primeira vez que se analisa a questão com base em números precisos", afirmou o autor do estudo, Neil Risch, professor de epidemiologia e bioestatística da Universidade da Califórnia em São Francisco.
As análises basearam-se em dados recolhidos no estado da Califórnia. Os investigadores analisaram os registos de nascimento de 19.710 famílias com crianças autistas e compararam com dados de 36.215 famílias sem crianças com a doença.
Os cientistas descobriram que nos primeiros três anos após o nascimento de uma criança autista, o comportamento reprodutivo foi igual ao das famílias não afetadas.
No entanto, depois deste período, os pais de um filho autista tinham uma probabilidade 33% menor de ter um segundo filho em comparação com as famílias do grupo de controlo.
Em 2000, o autismo afetava uma em cada 150 crianças nos Estados Unidos. Em 2010, esta cifra aumentou para uma em 68, segundo os Centros de Tratamento e Controlo e Prevenção de Doenças.
Por SAPO Crescer com AFP
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