“Vamos ter oferta plena [nos transportes públicos, a partir da reabertura das escolas] (…) mesmo sabendo que a procura vai ser inferior a esses 100%”, afirmou o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, no ‘podcast’ do PS “Política com Palavra”.

De acordo com o governante, o metro do Porto regista atualmente 61% da procura relativamente ao mesmo período do ano passado, enquanto que em Lisboa a procura está nos 51%.

Matos Fernandes defendeu que “não há nenhuma razão para se achar que o transporte coletivo (…) tem um qualquer potencial de transmissão” da covid-19, recordando que “todos eles são desinfetados”.

E acrescentou: “Eu fico sempre muito triste quando jornais ‘online’ (…) dão os tristes números dos contágios e das mortes do dia com uma fotografia dos transportes públicos. Podiam fazer, por exemplo, com uma fotografia de uma redação do jornal. Mas não. É sempre o Metro de Lisboa, a CP, o Metro do Porto. Isto não ajuda nada e não faz sentido”.

O ministro admitiu que a mobilidade no espaço urbano ou metropolitano não se faz sem o uso do transporte individual, mas salientou que esse transporte próprio pode não ter quatro rodas.

“O que é absolutamente fundamental é que esse transporte individual tente não ter quatro rodas e tente só ter duas, que tendo quatro rodas seja elétrico e que tendo quatro rodas e sendo elétrico não tenha necessariamente de ser meu”, considerou.

No final de julho, o primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa (AML) já tinha anunciado que a oferta de transportes públicos seria reposta a 100% a partir de setembro na AML.

Em 17 de agosto, a Câmara do Porto anunciou também que oito carreiras de autocarros da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) consideradas de "maior procura" serão reforçadas no final de setembro.