"Revimos todas as estatísticas de países com quadros detalhados sobre os nascimentos, com destaque para os nascimentos múltiplos: gémeos, trigémeos, entre outros" de 1970 a 2013 e 2014, de acordo com os vários países, explica Gilles Pison, professor do Museu de História Nacional e investigador do Instituto Nacional de Estudos Demográficos (Ined) de França.

Depois dos 35 anos de idade, as poli-ovulações são frequentes nas mulheres. Paralelamente, cada vez mais casais recorrem à procriação medicamente assistida (AMP), lê-se no estudo,

Gilles Pisone os colegas holandeses Christiaan Monden (Universidade de Oxford) e Jeroen Smits (Universidade de Nimègue) constataram que o efeito da procriação medicamente assistida é em média três vezes maior do que o do adiamento da maternidade neste "boom de gémeos". A maioria dos países que este aumento de gémeos são europeus, mas a Austrália, Canadá, Estados Unidos e Nova Zelândia também estão bem representadas.

No Japão, o efeito da AMP é dez vezes mais prevalecente no nascimento de gémeos do que a maternidade tardia. Na Polónia, onde a AMP está ainda pouco desenvolvida, a assistência interfere em apenas um terço dos nascimentos de gémeos. Na Hungria e na Nova Zelândia, o efeito das maternidades tardias e da AMP são equivalentes.

Inversão da tendência recente

"Em um quarto dos países, as taxas de gémeos pararam de crescer. Constatamos que há um período de estabilidade, seguido de uma queda", detalha Pison. No entanto, em três dos quatro países, esse número continua a aumentar, como França,  Estados Unidos e Reino Unido.

"Não sabemos se este aumento vai continuar. No entanto, é cada vez mais visto como uma questão de saúde pública", ressalta o investigador, uma vez que as gravidezes de gémeos tendem a ser de maior risco - desencadeiam uma maior propensão da diabetes gestacional e depressão pós-parto.

O estudo foi publicado na revista População e Desenvolvimento.