Uma mulher congolesa que viajava para a Bélgica, que acabou por dar à luz após uma escala no aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Cidade Invicta, foi separada da filha recém-nascida três dias depois pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (CPCJR). A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias.

Segundo o referido meio de comunicação, mãe e filha estão em instituições diferentes, apesar de um juiz ter emitido um despacho a ordenar que ambas aguardassem juntas pela resposta ao pedido de asilo da cidadã africana.

Tudo aconteceu há quatro meses quando La Joie Makiesse Ndamba, de 22 anos, viajava para a Bélgica para dar à luz o seu primeiro filho. Durante a escala em Portugal, inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) desconfiaram da autenticidade do visto, acabando por confirmar que era falso. A jovem congolesa ter-se-á enervado e acabou por entrar em trabalho de parto, lê-se no jornal.

SAIBA MAISO caso do bebé mexicano de 28 kg que intriga os médicos

VEJA AINDA: 10 conselhos médicos para ter um coração de ferro

A 27 de agosto, a jovem deu à luz uma menina tendo sido transportada para o Hospital de São João, onde recebeu assistência hospitalar. A criança foi-lhe retirada a 31 de agosto, com o CPCR a alegar tratar-se de uma "situação de tráfico de seres humanos, com vista à venda da recém-nascida".

No entanto, dois dias depois, um juiz ordenou que mãe e filha esperassem juntas no centro de acolhimento do aeroporto pela resposta das autoridades ao pedido de asilo, o que nunca foi cumprido: a jovem congolesa foi mandada para uma casa da Misericórdia, em Vila do Conde, enquanto a bebé está numa instituição de Matosinhos, escreve o jornal.

La Joie diz que fugiu da República Democrática do Congo para Angola por razões políticas. Por estar grávida, decidiu viajar para a Bélgica para ter o filho, com "cinco mil dólares" que recebeu da herança do pai. A congolesa diz que pagou 400 mil cuanzas (pouco mais de 1200 euros) pelo visto falso para a Bélgica.