A prevenção da obesidade começa desde o nascimento com o leite materno, avança Helena Canário, nutricionista, em resposta ao crescente número de crianças com excesso de peso em Portugal.
“Prevenir passa, em primeiro lugar, por dar à criança leite materno em exclusivo, idealmente até aos 6 meses, já que é considerada a melhor opção para alimentar bebés, sendo uma nutrição segura e dinâmica, ajustada às suas necessidades, com fatores protetores contra riscos futuros de obesidade, bem como de doenças crónicas do adulto”, refere a medical advisor que acrescenta, “quando a amamentação não é possível dever-se-á optar por uma fórmula infantil de baixo teor proteico, semelhante aos níveis de proteína do leite materno”.
Passada esta fase, a família passa a ter um papel mais ativo na prevenção dessa mesma obesidade. “Após os 6 meses, começa a diversificação alimentar que é um período em que progressivamente se irá introduzindo novos alimentos, texturas e sabores. É um período de aprendizagem e uma janela de oportunidade para introduzir bons hábitos e regras alimentares que perdurem para a vida futura, como é o caso da introdução da sopa, das frutas e legumes. Quanto mais diversificada for a alimentação nesta fase, mais equilibrada será no futuro”, adianta Helena Canário.
Ou seja, o padrão de alimentação será determinante para o futuro da criança, na medida em que “cada família tem a sua história, os seus hábitos, as receitas das avós que devem permanecer. A alimentação passa pela mesa, pela partilha de sabores, histórias, risos, momentos em que a família deve estar reunida desfrutando estes prazeres”.
Mas e, face ao stresse do dia a dia, o fast-food apresenta-se como uma solução que “nunca deverá ser percecionada como um prémio. A moderação e o bom senso deverão estar sempre presentes. A criança precisa de aprender a fazer boas escolhas e se a família as fizer, ela irá imitá-las necessariamente”.
8 de junho de 2012