“Os resultados (dos estudantes portugueses em exames internacionais) não estão a melhorar e alguém vai ter de decidir o que fazer. Estamos desde 2010 a olhar para a Finlândia que está em declínio há seis anos”, afirmou o presidente do IAVE, Hélder de Sousa, em declarações à Lusa à margem da conferência “Avaliar para aprender: contributos para uma cultura de avaliação”, em Lisboa.

Durante a sua intervenção na conferência, Helder Sousa lamentou a “vertigem das comparações internacionais” que levam a que se importem políticas educativas de países considerados “as estrelas da companhia” sem a certeza de que são essas medidas que fazem a diferença e sem ter em conta as diferenças entre países e sistemas educativos.

Dando como exemplo o caso da Finlândia, “que desde 2000 que se transformou na estrela da companhia”, Hélder de Sousa sublinhou que muitas vezes as medidas que estão em vigor não são as responsáveis pelo sucesso dos alunos, mas sim as que foram implementadas muitos anos antes.

Para o responsável seria mais importante adotar práticas que mostram bons resultados num largo número de países em vez de se escolher “a melhor prática”.

O gosto pela leitura dos pais dos alunos ou a frequência do ensino pré-escolar foram dois dos exemplos escolhidos por Helder Sousa.

“Há estudos que revelam que os alunos que frequentaram um ano de pré-escolar ficaram melhores do que os que não frequentaram. Já os alunos que foram três anos ainda melhores”, disse à Lusa, explicando que esta é uma realidade transversal a muitos países.

Olhando para os resultados dos alunos portugueses nas provas internacionais regista-se “uma tendencial melhoria de 2000 para 2012” mas que entretanto começou a estabilizar.

Por isso, defende que é preciso haver mudanças e acredita que existe conhecimento entre os investigadores para criarem medidas adaptadas ao sistema educativo português, “que poderá ir beber ao que se faz lá fora, mas sempre privilegiando medidas desenhadas para o sistema nacional em detrimento de importar acriticamente medidas alheias”.