Em 2014, afirma-se no documento, mais de 122 milhões de habitantes da UE viviam em agregados populacionais considerados pobre (53% mulheres e 47% homens), mais de 55% dos quais em idade ativa (entre 25 e 64 anos).
Considerando apenas adultos (mais de 18 anos), quase 52 milhões de mulheres e 44 milhões de homens viviam em risco de pobreza ou exclusão social (Portugal com números ligeiramente acima da média da UE).
Também em 2014 o desemprego de jovens era “dramaticamente alto”, 23% dos homens e 21% das mulheres, sendo que em Portugal os números eram dos mais altos e muito acima da média europeia.
O estudo do Instituto Europeu da Igualdade do Género (EIGE, na sigla original) alerta ainda para outro dado: por cada criança adicional aumenta o risco de uma mulher cair na pobreza, sendo que as populações em maior risco são os jovens, pessoas sozinhas, migrantes, pessoas com deficiências e famílias com três ou mais filhos.
O estudo dá conta também de que uma grande dependência em muitas famílias do ordenado do homem aumenta o risco de pobreza e de insegurança, e indica que 70% das famílias com filhos caem na pobreza quando o marido perde o emprego.
“Temos de garantir melhores opções de carreira para as mulheres, salários mais justos e melhores sistemas sociais, como pensões que tenham em conta as diferentes necessidades e desafios que enfrentam homens e mulheres. Tal ajudará a proteger contra a pobreza não só as mulheres mas também toda a família, incluindo homens e crianças”, disse Virginija Langbakk, diretor do EIGE, citada num comunicado da estrutura.
No documento nota-se que o emprego é importante para evitar a pobreza mas nem sempre é suficiente, justificando: um terço (36%) dos homens e um quarto (25%) das mulheres pobres estão empregados.
Depois, revela também o documento, as mulheres com filhos têm uma taxa de emprego relativamente baixa: apenas 55% das mulheres com três ou mais filhos têm emprego. A necessidade de cuidar dos filhos, pais ou familiares doentes deixa muitas mulheres fora do mercado de trabalho remunerado e isso tem consequências ao nível da situação financeira, da carreira e mesmo das pensões.
O estudo diz que fatores como a idade, sexo, etnia, passado migrante, deficiência ou tipo de agregado familiar podem afetar a pobreza e exclusão social. Quase metade das famílias monoparentais são pobres, especialmente as mulheres, já que constituem 85% das pessoas que vivem sozinhas.
Os jovens também são mais afetados pela pobreza, especialmente quando já não vivem com os pais, e os migrantes são outro grupo de risco, segundo o estudo: “em 2014, 41% das mulheres e 39% dos homens nascidos num país fora da EU estavam em risco de pobreza ou de exclusão social”.
Em 2014 a taxa de inatividade de homens e mulheres nascidos fora da UE (15-64 anos) era de 39% para as mulheres e 20% para os homens, sendo que Portugal tinha das taxas de inatividade mais baixas, só ultrapassado pelo Chipre.
O estudo realça também que nove em cada 10 ciganos são pobres e que a situação é especialmente difícil para as mulheres.
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