Os adolescentes que assistem a muitos programas de televisão com conteúdo sexual têm duas vez mais probabilidade de engravidar nos três anos seguintes do que os jovens que não têm esse hábito.
A conclusão é de um estudo da RAND Corporation, publicado pela revista “Pediatrics” e divulgado pela BBC. O estudo estabelece uma relação directa entre a exposição de adolescentes a conteúdo sexual na TV e gravidez – tanto de raparigas, como de rapazes que engravidam as suas namoradas.
Para a pesquisadora Anita Chandra, que liderou o estudo, «os adolescentes recebem uma quantidade considerável de informação sobre sexo através da TV, e a programação normalmente não destaca os riscos e responsabilidades do sexo».
E acrescenta: «As nossas conclusões sugerem que a televisão pode desempenhar um papel significativo nas altas taxas de gravidez adolescente nos Estados Unidos».
Para o estudo, os pesquisadores acompanharam dois mil adolescentes entre os 12 e os 17 anos de idade durante três anos. A análise é baseada nos resultados de cerca de 700 participantes que iniciaram a actividade sexual nesse período e falaram de seu histórico de gestações.
As informações sobre os hábitos televisivos foram combinadas com os resultados de uma outra análise sobre programas de televisão para determinar a frequência e o tipo de conteúdo sexual a que os adolescentes estão expostos quando vêem televisão.
Segundo a BBC, os pesquisadores dizem que o conteúdo sexual dos programas pode influenciar a taxa de gravidez na adolescência. Isto porque criam a percepção de que as relações sexuais sem protecção anticoncepcional são pouco arriscadas, estimulando os jovens a iniciarem-se sexualmente mais cedo.
Os pesquisadores concentraram-se em 23 programas, que incluíam dramas, comédias, reality shows e programas com audiência. Os pesquisadores afirmam, no entanto, que há outros factores que influenciam a gravidez na adolescência.
04 de Novembro de 2008
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