
Face ao estudo da Comissão Europeia que conclui que o número de estudantes portugueses a realizar Erasmus diminuiu pela primeira vez em 2013/2014, a AAC considera que este relatório demonstra a existência de desigualdades no acesso ao programa de mobilidade e de "um impacto muito grande" da crise na adesão dos alunos ao Erasmus.
O presidente da AAC, José Dias, sublinha que o financiamento do programa Erasmus devia ser alargado e "flexibilizado".
Isto porque a fatia atribuída a cada país "é fixada anualmente, sem se ter em conta os estudantes que vão participar" nesse ano no programa Erasmus, levando a que a bolsa atribuída não seja suficiente para cobrir as despesas no país onde o aluno vai estudar, afirma José Dias.
Apesar de estudantes com carências económicas poderem acumular a bolsa de estudo com a bolsa de Erasmus, José Dias recorda que o regulamento de atribuição de bolsas "não consegue cobrir" uma parte dos estudantes com dificuldades financeiras, levando a que estes tenham mais dificuldade em participar no programa de mobilidade europeu.
Ou seja, a oportunidade de se participar no programa Erasmus - "um processo de aprendizagem muito importante" - está "vedada" a uma parte dos estudantes portugueses, excluindo-os "com base numa desigualdade económica", refere o presidente da AAC.
Para José Dias, sendo o programa Erasmus parte integrante do Processo de Bolonha, urge discutir e analisar este documento a nível "interno e com as instituições europeias".
Dez anos depois da sua aplicação, "nunca houve uma reflexão", aponta o dirigente estudantil, referindo que serão desenvolvidos contactos junto da Universidade de Coimbra, Agência Nacional do Programa Erasmus+, Comissão Europeia e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre outras entidades, para encetar um diálogo sobre o Processo de Bolonha.
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