Depois de contactar professores de todo o país, o STOP apresentou hoje alguns dados sobre os efeitos do ensino à distância, que começou em 16 de março quando as escolas foram encerradas e o ensino presencial suspenso como forma de conter a disseminação do novo coronavírus, que já provocou mais de mil mortos e 25 mil infetados em Portugal.
A radiografia feita pelo STOP indica que “aumentou significativamente as diferenças no ensino entre escolas”, apesar do empenho e esforço de professores e encarregados de educação.
Para o sindicato, o Ministério da Educação “não deu orientações precisas às escolas, o que consequentemente levou a diretrizes diferentes em cada Agrupamento de Escolas/Escolas Não Agrupadas”.
Algumas escolas decidiram continuar os conteúdos que estavam a ser dados nas aulas presenciais, dando matéria nova, ao passo que noutras a opção foi fazer a revisão de matérias. Também houve casos em que a decisão sobre o que fazer ficou a cargo de cada professor, contou o sindicato.
O STOP também ouviu relatos de professores que admitiram ser cada vez mais difícil motivar os alunos para a aprendizagem: “De uma forma geral verificou-se uma maior desmotivação e uma menor atenção dos alunos”, disse o sindicado em comunicado.
A avaliação dos alunos é outra das áreas que levanta preocupações, havendo inúmeros casos em que os professores se aperceberam que os trabalhos eram feitos por adultos, revelou o sindicato.
As dificuldades de aprendizagem entre os alunos com necessidades educativas também foram referidas como um dos problemas do ensino à distância.
O STOP chamou ainda a atenção para o acréscimo de trabalho dos professores, que “aumentou brutalmente”, já que passou a ser preciso preparar aulas síncronas e assíncronas, elaborar, enviar e corrigir as atividades propostas, assim como responder às dúvidas de alunos e também encarregados de educação.
“Neste contexto de pandemia/teletrabalho muitos docentes estão ainda mais perto da exaustão”, alertou.
Perante esta radiografia do ensino à distância, o STOP teme pela equidade no ensino, assim como alerta para uma avaliação injusta dos alunos e discrepâncias significativas de matérias lecionadas.
No que toca aos professores, o sindicato considerou que há uma “classe docente ainda mais exausta”, o que irá comprometer a sua saúde mas também a qualidade de ensino para os próximos anos letivos.
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