“No privado, nesta primeira fase, [o rastreio] vai sair a custo zero para o Ministério atendendo à parceria com a Cruz Vermelha. A seguir, acomodaremos a despesa conforme previsto para os outros”, disse Inês Ramires, durante uma visita ao Colégio Luso-Francês, no Porto, onde acompanhou o processo de testagem.
O "Programa de Rastreios laboratoriais para a SARS-CoV-2 nas creches e estabelecimentos de educação e ensino", divulgado na semana passada, prevê que o reinício das atividades escolares presenciais implica a realização de um teste rápido de antigénio a docentes e não docentes de todos os níveis de ensino.
Inicialmente, o setor privado e corporativo não estava incluindo na campanha de testagem, mas o executivo acabou por recuar.
Questionada pelos jornalistas sobre quem iria suportar a despesa adicional associada à mudança da decisão, a secretária de Estado clarificou que seria, para já, a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP).
A parceria com a CVP não é de agora, lembrou Inês Ramires, explicando que quando começaram a realizar-se os primeiros rastreios da covid-19 no final de janeiro, ainda com as escolas abertas, os testes laboratoriais já eram assegurados por aquela organização.
“Agora, a Cruz Vermelha, colaborando nesta parceria de sucesso, ficou responsável pela esfera do setor particular e cooperativo”, sublinhou, acrescentando que será apenas durante a primeira fase.
Essa primeira fase do rastreio inclui aquilo que Inês Ramires designou de um “primeiro varrimento” em todas as escolas durante a primeira semana da reabertura, com a repetição dos testes laboratoriais 14 dias depois, apenas nos concelhos com um nível de incidência de casos positivos acima de 120/100 mil habitantes.
Depois, os testes rápidos voltam a realizar-se com uma periodicidade ajustada ao número de casos identificados nos primeiros, de acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde. Nessa altura, será o executivo a suportar os custos, como acontece atualmente com as escolas públicas.
A campanha de testagem nas escolas arrancou na terça-feira nas creches, pré-escolar e 1.º ciclo e até sexta-feira todos os docentes e não docentes desses níveis de ensino já deverão ter realizado o teste de diagnóstico da covid-19.
No ensino público, serão testados numa semana cerca de 50 mil profissionais e mais de 20 mil no setor privado e corporativo. Os resultados globais do primeiro rastreio deverão ser divulgados na próxima semana.
Nos restantes níveis de ensino, os rastreios começam no primeiro dia do regresso, ou seja, de 05 a 09 de abril para o 2.º e 3.º ciclo, e de 19 a 23 no secundário, em que, além dos professores e funcionários, também serão testados os alunos.
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