O maior e mais longo sobre a eficácia das bombas de insulina para tratar a diabetes tipo 1 em crianças mostrou que as bombas são mais eficazes no controlo do açúcar no sangue do que as injeções de insulina, além de provocarem menos complicações.

 

O estudo, da autoria de Elizabeth Davis, do Princess Margaret Hospital for Children, em Perth, na Austrália, foi hoje publicado na revista Diabetologia, da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes.

 

O uso crescente do tratamento com bomba de insulina ao longo dos últimos 15 anos, particularmente em crianças, tem sido impulsionado por melhorias na tecnologia da bomba, pela disponibilidade de análogos de insulina, além de fatores como os resultados do Ensaio sobre o Controlo da Diabetes e Complicações, que estabeleceu os benefícios oferecidos por um melhor controlo do açúcar no sangue.

 

Apesar deste aumento do uso, os resultados do tratamento com bomba continuam a ser debatidos. No entanto, tem havido investigação inadequada sobre os efeitos a longo prazo do tratamento com bomba em crianças, com muitos estudos com duração demasiado curta ou por um recrutamento insuficiente de doentes.

 

Para este estudo foram recrutados 690 doentes, com uma idade média de 11 anos (faixa etária 2-19 anos), que foram diagnosticados com diabetes tipo 1 em média 4,1 anos antes do início do tratamento com bomba, tendo sido seguidos durante cerca de 10 anos. O tratamento com bomba reduziu os episódios de hipoglicemia grave (níveis de glucose no sangue perigosamente baixos), bem como a taxa de internamento por cetoacidose diabética (uma complicação frequente em crianças com diabetes tipo 1).

 

De acordo com Elizabeth Davis, «Este é o maior estudo sobre o uso de bomba de insulina em crianças. Os nossos dados confirmam que o tratamento com bomba de insulina proporciona uma melhoria no controlo glicémico que é sustentado pelo menos durante sete anos.»

 

«Embora este não seja um estudo aleatório, é uma experiência de "vida real" numa grande amostra populacional ao longo de um período de tempo prolongado e, como tal, fornece informações importantes», conclui a investigadora.

 

 

Maria João Pratt